A Palavra nos ensina que, para Deus, nossa vida é precisa e, diante disto, o seu amor por nós é fiel e igual sempre. Diante de Deus não existem privilégios.
Primeira leitura: Eclo 35.
Numa sociedade na qual é fácil obter as sentenças dos processos com uma quantia de dinheiro, alguém pode pensar que, com os juízes humanos, também Deus possa ser corrompido por meio de presentes, que seja até possível transformá-lo em sócio nos negócios não muito transparentes. De que maneira?
O Eclesiástico condena duramente esta falsa religião: "Não lhe ofereças dádivas perversas, pois ele não as aceitará; nada esperes de um sacrifício injusto."
Deus é justo porque se enternece diante do pobre. Quando se apresenta diante Dele alguém que não tem merecimento algum para mostrar, alguém que só pode contar com suas misérias, Ele se comove e sempre pronuncia uma sentença de salvação.
Segunda leitura: 2Tm 4.
Poucos meses antes de morrer, Paulo, encarcerado em Roma, escreve ao seu amigo Timóteo. Sente que já se aproximando o dia em que deve deixar este mundo.
Como é natural nestas horas, ele faz uma avaliação de toda a sua vida. Comportou-se, diz ele, como um atleta que participa das competições esportivas num estádio. Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé.
Paulo é um modelo para os dirigentes da comunidade; ele mostra com que dedicação deve ser desenvolvido o ministério que lhes foi confiado.
Evangelho: Lc 18.
Lendo a parábola de hoje, corremos o risco de perder o ensinamento que Jesus nos quer transmitir, porque talvez nos identifiquemos com o personagem errado.
Quem era o fariseu?
A lei mandava jejuar um dia durante o ano e o fariseu jejuava duas vezes por semana para compensar os pecados dos outros e atrair sobre seu povo as bênçãos de Deus.
Quem era o publicano?
De forma alguma era o tipo humilde e bondoso que estamos imaginando. Era um ladrão diplomado, um explorador nojento, um chacal! Não roubava dos ricos, mas sangrava os pobres.
Jesus não afirma que o publicano era bom e o fariseu malvado e mentiroso. Só afirma que o primeiro foi justificado, isto é, tornou-se justo pelo poder de Deus, ao passo que o segundo voltou para sua casa como antes, com as suas boas obras, mas sem que Deus conseguisse justificá-lo. Esta é a questão. Ninguém é grande diante de Deus.
Monsenhor José Geraldo Segantin é reitor do Santuário Diocesano de Santo Antônio.
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