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ARTIGO
O pão do céu
Quando terá início este mundo no qual haverá pão para todos?
Por Mons. José Geraldo Segantin | 25/07/2021 | Tempo de leitura: 2 min
Especial para o GCN
Reprodução
A Palavra de Deus nos ajuda a pensar sobre a necessidade do pão material e o valor do alimento espiritual que é Jesus.
PRIMEIRA LEITURA: 2 RS 4.
Em Israel o povo tinha o costume de comer somente uma vez por dia, ao entardecer, depois do pôr-do-sol, quando os homem voltavam do trabalho no campo.
Qual era o sonho dos pobres da terra de Israel? Não era mirabolante: somente ter comida em abundância e, prouvera!, poder comer como os ricos... três vezes por dia!
É nesse contexto social que se enquadram as leituras deste dia.
A primeira descreve o gesto generoso de um home de Baalsalisa que, durante uma carestia provocada pela escassez de chuvas, oferece a Eliseu 20 pães de cevada.
O profeta não guarda para si o precioso alimento, mas convida o homem a distribuí-lo para as 100 pessoas que se encontram perto dele, dizendo: todos comerão e ainda sobrará.
Esta multiplicação dos pães é uma das inúmeras narrativas de milagres operados por Eliseu (a nenhum profeta são atribuídos tantos).
Segunda leitura: Ef 4
Com essa passagem começa a parte da Carta do Efésios dedicadas às exortações que dizem respeito à vida dos cristãos.
Nos primeiros versículos (vv. 1-3) são apresentadas algumas características da nova vida dos batizados. Eles são estimulados antes de mais nada a serem humildes.
Devem também comportar-se com mansidão e paciência, suportando-se mutuamente com caridade.
Evangelho: Jo 6.
Entre todos os milagres operados por Jesus, nenhum é narrado tantas vezes nos evangelhos como o da multiplicação dos pães.
Todas essas evocações têm como objetivo apresentar Jesus como o novo Moisés que dá início a um êxodo novo para a humanidade, a passagem da escravidão para a liberdade.
Quando terá início este mundo no qual haverá pão para todos?
De fronte à necessidade de comida Jesus responde operando um milagre, um gesto que não é difícil de interpretar: é um convite para a fraternidade, para a participação, para a renúncia a possuir e guardar para si.
João é o único evangelista a observar que quem pôs á disposição de todos o pouco alimento que tinha era um menino. O valor simbólico do pormenor é evidente: em muitas passagens do evangelho a criança é apontada como modelo para o discípulo.
Os discípulos de Cristo não podem partir em comunhão o pão eucarístico se não estiverem dispostos a partilhar com os irmãos também o pão material.
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