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Covid-19: a lepra atual
Por Mons. José Geraldo Segantin | 14/02/2021 | Tempo de leitura: 3 min
Especial para o GCN
A Palavra de Deus vem nos falar da lepra e do afastamento que ela produzia.
Situação parecida enfrentamos com a Covid 19. O modo de Jesus tratar essa situação é fantástica.
Vejamos os ensinamentos.
Primeira Leitura: Lv 13.
Em todos os povos, os leprosos, sempre foram considerados impuros e afastados da comunidade por medo que pudessem contaminá-lo.
A leitura nos explica como se comportavam os israelitas com esses doentes. Era função dos sacerdotes confirmar quem estivesse atacado pela lepra e tomar a decisão de afastá-lo da comunidade. Se por acaso cruzava com alguém, devia gritar: “Sou impuro! Sou impuro!”
A marginalização à qual eram submetidos esses doentes, era determinada por um motivo muito mais importante: os leprosos eram considerados como amaldiçoados por Deus porque tidos como culpados por graves pecados.
Segunda leitura: ICor 10
Os versículos contidos nessa leitura constituem a conclusão de um longo discurso de Paulo sobre o problema dos sacrifícios que os pagãos oferecem aos próprios ídolos. Os cristãos não sabem o que fazer: podem comprar qualquer tipo de carne disponível no mercado ou devem antes verificar se a sua procedência é dos templos dos deuses? O argumento dos cristãos de Corinto é simples: se os ídolos não existem, não há motivo para deixar de comer os restos dos sacrifícios oferecidos em sua honra. Paulo concorda com esta opinião, entretanto afirma que é preciso ter em mente um outro aspecto do problema.
Evangelho: Mc 1
Nos tempos de Jesus a lepra era a mesma coisa que a morte. Curar um leproso era tão difícil como ressuscitar um morto. A cura de um leproso era uma obra exclusiva de Deus.
Para um israelita, portanto, a cura de um leproso era muito mais do que um fato extraordinário: era um sinal que o esperado Reino de Deus tinha chegado ao mundo
A primeira parte do evangelho deste domingo é bastante simples e clara e nos conta como aconteceu o fato: um leproso, contrariando as disposições da lei, se aproxima de Jesus e, de joelhos, implora para ser purificado. Observemos bem: não pede a cura, mas sim pede para ser purificado, isto é, para ser reconduzido a fazer parte da comunidade humana. Mais do que a doença em si, o que mais o angustia é o fato de sentir-se excluído da sociedade civil e religiosa.
Diante do seu pedido, Jesus se comove, estende a mão, toca-o e lhe restitui a saúde.
O Deus que se manifesta em Jesus não é o dos fariseus: distante, irado, rígido contra os que erraram, distante daqueles que são considerados impuros. É um Deus que não sente repugnância dos leprosos, pelo contrário, cumula-os de carícias, porque, em cada ser humano, mesmo naquele que mais a fundo se precipitou nos abismos do pecado, ele sabe descobrir uma obra-prima de beleza, um filho extraordinário amável.
No início da sua vida pública, na hora do batismo de João, Jesus mostrou sentir-se perfeitamente bem ao lado das pessoas impuras. Seguindo este mesmo caminho, ele nunca se afastou dos publicanos, dos pecadores, das prostitutas.
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