O cristão e o estado

Deus, através da sua Palavra, nos ensina o compromisso do cristão. A religião não dispensa ninguém das responsabilidades humanas.

Por José Geraldo Segantin | 17/10/2020 | Tempo de leitura: 3 min
Especial para o GCN

Primeira leitura: Isaías 45.

            Certo dia aparece um profeta. É um homem muito inteligente iluminado pelo Senhor, descobre, por trás daqueles que para os demais são fatos políticos corriqueiros, um plano de salvação de Deus. Na leitura de hoje ele revela ao seu povo o projeto do Senhor sobre acontecimentos que estão para envolver os exilados. Vamos ver do que se trata.

            Como os israelitas na Babilônia, nós também, nesta terra, vivemos como estrangeiros.

            A leitura de hoje nos ensina a cultivarmos uma sensibilidade espiritual mais intensa. Somente assim estaremos em condições de discernir o amor do Pai que acompanha o homem, em qualquer hora, alegre ou amarga, da sua vida.

            O segundo ensinamento é que Deus pode se servir de qualquer homem e de qualquer acontecimento para realizar os seus projetos.

            Pode servir-se de um pagão, de um descrente, de um ateu.

Segunda Leitura: Iª Tessalonicenses 1.

            A partir de hoje, e durante cinco domingos consecutivos teremos, como segunda leitura, um trecho da primeira Carta aos Tessalonicenses.

            Tessalônica era uma rica cidade mercantil.  

            Paulo ali chega cerca de vinte anos depois da morte de Jesus, prega o Evangelho e funda uma comunidade. Ali permanece por muito pouco tempo.

            Certo dia, porém, chega de Tessalônica o amigo e companheiro de lides apostólicas, Timóteo. Traz-lhe boas notícias daquela comunidade. Conta-lhe: “sabes, Paulo, em Tessalônica todos se lembram de ti, a comunidade está se desenvolvendo muito bem, é formada por pessoas generosas e fiéis ao Evangelho, não cedem nem mesmo diante da perseguição. Falam continuamente de ti, te agradecem porque anunciaste a eles Cristo e aguardam com ansiedade uma tua visita”.

             Nos primeiros cinco versículos, relatados na leitura de hoje, Paulo confessa a alegria que experimenta toda vez que na oração pensa nos cristãos de Tessalônica, sabe que de fato a comunidade deles está bem alicerçada na fé, na esperança e na caridade.

            No processo espiritual levado a bom termo pela comunidade de Tessalônica, Paulo vislumbra a obra de Deus e o poder do seu Espírito.

Evangelho. Mateus 22.

            O homem não vive sozinho, faz parte de uma sociedade.

            A pergunta que se apresenta é a seguinte: a religião tem algo a ver com a organização da vida social e política? Encontramos a resposta no Evangelho de hoje.

            A fé não pode ser vivida de uma maneira desligada das realidades deste mundo, não pode ser praticada em segredo, no próprio quarto, ou na igreja durante quarenta e cinco minutos por semana. A religião condiciona todas as escolhas do homem e todas as horas da sua vida, portanto não pode deixar de influir também sobre opções políticas e sobre o cumprimento dos deveres de cidadão.

            O primeiro ensinamento que Jesus quer dar é claro: é uma obrigação moral, além de civil, contribuir para o bem comum com o pagamento dos impostos justos.

            As palavras de Jesus são um chamado para o cristão de hoje. Convocam-no para estar muito atento, a vigiar o comportamento de qualquer autoridade, a estar de prontidão, se necessário, para contestar, para criticar, para colocar em discussão qualquer um que não respeite a imagem de Deus que está impressa no rosto de cada pessoa. 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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