'A correção fraterna'

Por Mons. José Geraldo Segantin | 06/09/2020 | Tempo de leitura: 3 min
da Redação

 Deus, com suas palavras, nos ensina que ao longo da vida é necessário cuidar de si e ajudar o próximo em suas necessidades.
 
            Primeira leitura: Ezequiel 33.
 
            A sentinela é aquele soldado que monta guarda, que vigia para que o seu grupo não seja atacado de surpresa pelos inimigos.
 
A leitura de hoje compara a missão do profeta com a da sentinela. O profeta é um homem com uma sensibilidade espiritual muito aguda. Ele é o primeiro que percebe os caminhos através dos quais o Senhor quer conduzir o seu povo.  
 
            Todos nós somos profetas, todos nós somos sentinelas, somos responsáveis, em parte, pelo destino dos nossos irmãos. Quem vê alguém comportando-se mal, não pode repetir a frase de Caim: “Por acaso sou eu o guarda do meu irmão?”
 
            Segunda Leitura: Romanos 13.
 
            No capítulo 13 da Carta aos Romanos ele fala das obrigações do cidadão em relação às autoridades do Estado.
 
            Assim como nós fazemos hoje, também os primeiros cristãos se perguntavam: devemos observar as leis? Os impostos devem ser pagos? Pode um cristão roubar do Estado, arruinar ou destruir o patrimônio, praticar sabotagens?
 
            Na época em que Paulo escreve esta carta, em Roma o novo imperador Nero começa por se revelar de um temperamento com tendências à excentricidade.
 
            Na leitura de hoje, Paulo expõe um princípio geral que ajuda na solução não só deste,  mas de qualquer outro problema moral. Quando não sabemos qual a melhor atitude a ser tomada, quando não temos certeza sobre as escolhas a serem feitas, é preciso tomar como ponto de referência o mandamento do qual derivam todas as leis. “Ama teu próximo como a ti mesmo”.
 
            Ao mantermos vivo o princípio do amor ao irmãos, é fácil entender que todas as leis do Estado, quando são justas e promovem o bem comum, devem ser observadas. A violação das mesmas é pecado.
 
            Evangelho: Mateus, 18.
 
            O capítulo 18 do Evangelho de Mateus, do qual são extraídos o trecho de hoje e o do próximo domingo, foi escrito para  responder aos problemas internos das comunidades cristãs.
 
            O trecho de hoje enfrenta um destes problemas que atitude tomar em relação a quem erra?
 
            Há uma coisa que absolutamente não deve ser feitas: espalhar a notícia do erro cometido. Isto é difamação. Presta-se somente a humilhar quem errou, a irritá-lo, a fazê-lo teimar no mal, a provocar-lhe sofrimento inúteis.
 
            A verdade que não produz amor, mas que provoca perturbação, que gera discórdias, ódios e rancores, não deve ser dita.
 
            O caminho que se deve seguir inclui três etapas. Primeira: ir falar pessoalmente com o irmão de homem para homem, cara a cara.
 
            Se esta primeira tentativa não obtém resultado, o segundo passo é pedir ajuda a um ou a dois irmãos da comunidade, que tenham sensibilidade e sabedoria.
 
            A última etapa é o apelo a comunidade.
 
            Se desta vez também o culpado não quisesse corrigir-se, deveria ser considerado como um pagão e como um publicano.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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