Tomei um café durante a semana com o professor Frank Sérgio Pereira. Na verdade, foi uma garrafa de água. Para quem não está ligando o nome à pessoa, esclareço: Frank é o vice-prefeito de Franca.
Rompido com Gilson de Souza desde a campanha eleitoral de 2016, quando vazaram áudios constrangedores gravados pelo então candidato a vice, Frank segue em processo de fritura ocupando uma sala isolada do espaço onde fica o gabinete do prefeito. Toda sua equipe, formada por uma única assessora, foi dizimada com as exonerações dos comissionados. “Não existe uma relação com o prefeito. Ele fica lá no gabinete dele e eu fico aqui no meu tocando o barco. Nunca fomos unidos, só estivemos juntos na campanha. Não guardo mágoa, dentro das minhas possibilidades, procuro fazer meu serviço”.
No começo do governo, Frank até foi indicado pelo prefeito para assumir a Secretaria de Recursos Humanos, mas Gilson voltou atrás após recomendação do promotor Paulo Borges de que a nomeação teria impedimento constitucional.
Desde então, o vice, que é advogado desde 2007 e foi professor universitário, foi encostado e passou a ser figura decorativa no governo. “Frustra não poder ajudar. Comparando com muitos comissionados, acredito que eu tenho um bom currículo. Sou graduado em Direito, pós-graduado em Direito Corporativo, tenho MBA em Direito Empresarial, acabei de concluir pós-graduação em Gestão Pública Municipal e sou mestre em linguística. Poderia contribuir, mas não sou consultado para nada”.
Frank tem atuado como um fiscal do Executivo e faz visitas em escolas, creches, reuniões em bairros, conseguiu uma ambulância por intermédio do deputado Roberto Engler e fez com que fosse instalada lombofaixa nas proximidades do Hospital do Câncer. “Eu poderia ter contribuído muito mais, mas não consegui por conta da estrutura da Prefeitura que o prefeito determinou”.
Filiado ao DEM de Gilson de Souza, ele deixará o partido em março por causa da falta de clima. O destino ainda não foi escolhido, mas é certo que será uma legenda de oposição ao governo que hoje integra. Pensa em disputar as eleições de outubro. “Se tudo correr bem, vou sair candidato a vereador. Com a experiência que tive nos últimos três anos de fiscalizar o Poder Executivo, acredito que serei um bom representante na Câmara”.
Frank deixou um recado para aqueles que pensam em disputar a Prefeitura. “É uma responsabilidade muito grande. O próximo prefeito que vier precisa estar muito preparado porque não é brincadeira não”.
Estatuto do desarmamento
Você é a favor ou contra o porte de retroescavadeiras por civis?
Companheiros divididos
O PT Franca finalizou o prazo para a inscrição de pré-candidatos a prefeito. Três nomes se habilitaram: Marcial Inácio, Rafael Bruxelas e Marcos Ferreira. Como não houve consenso, o partido realizará uma prévia interna. A eleição foi marcada para o próximo dia 29, mas integrantes do partido tentam adiar a data por entenderem que está muito cedo.
República de Cristais
A exoneração dos comissionados frustrou os planos do prefeito de manter uma base na região visando futuras eleições para deputado. Gilson teve que exonerar Karoline, irmã da prefeita Katiúscia, e o ex-prefeito Miguel Marques. Márcio Santos, secretário de Segurança, não foi atingido pelo facão. Quem também dançou e perdeu o cargo foi Arnaldo Ribeiro da Silva Filho. O pai dele é vereador e foi presidente da Câmara de Ipuã.
Caça a si mesmo
Acusado pelo MP e pelo Tribunal de Justiça de insistir na aprovação de leis inconstitucionais para manter “apaniguados” em cargos de comissão na Prefeitura visando projeto político, o prefeito resolveu tentar livrar sua pele. Determinou a abertura de procedimento administrativo para apuração da conduta quanto à elaboração dos projetos de cargos comissionados com a finalidade de apurar a responsabilidade. Decerto vai querer descobrir porque ele mesmo apresentou o projeto. Aliados dizem que, do jeito que GIlson vai, melhor trocar as reuniões no gabinete por uma visita ao Allan Kardec.
Edson Arantes
Jornalista
edson@comerciodafranca.com.br
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