Gilson de Souza (DEM) foi um bom deputado. Conseguiu conquistas importantes. A construção de viadutos na serra de Rifaina, talvez, tenha sido a ação mais relevante. Inaugurada em 2011, a obra custou R$ 33 milhões e colocou fim na curva da morte. O investimento não teria sido feito se não fosse o empenho do então deputado. Mas, Gilson tinha uma péssima equipe de assessores. Sem uma assessoria de imprensa com o mínimo de competência, não conseguiu levar suas realizações para a população. Pagou o preço nas urnas e não se reelegeu. Após as eleições do ano passado, Marco Aurélio Ubiali (PSB) disse em entrevista ao GCN que seu maior erro como deputado federal foi não saber divulgar com eficiência sua atuação.
No meio político, é consenso que os oito mandatos consecutivos de Roberto Engler (PSB) em muito se devem à eficiência dos assessores. A comunicação do deputado, liderada pelo competente jornalista Wildnei Teodoro, é elogiada, inclusive, pelos adversários. Estreante na Assembleia Legislativa, Graciela Ambrósio (PR) conhece bem os erros e virtudes de Gilson, Ubiali e Engler. A deputada sabe a necessidade de se posicionar sobre temas relevantes e de ser eficiente na comunicação. Ela escalou três especialistas no seu time de assessores, os jornalistas Gil Magela, Marcos Junqueira e Marcelo Facuri, e tem obtido bons resultados.
Programa de milhagem: Pastor Otávio (PTB) mantêm firme o título de reis das viagens na Câmara bancadas com recursos públicos. Na última semana de março, ele bateu o ponto em Brasília.
O vereador nem desfez as malas e foi dar um giro por São Paulo quinta-feira, dia 11. Na agenda, constava visita no gabinete da deputada Graciela e na Secretaria de Esporte, onde o ex-jogador de basquete Chuí ocupa o segundo cargo mais importante da pasta. Pastor poderia despachar com Graciela e Chuí em Franca. Seria mais fácil e não custaria nada.
Me espera lá fora: O prefeito Gilson de Souza e o vereador Adérmis Marini (PSDB) devem se enfrentar nas eleições municipais do ano que vem. Durante audiência pública na Câmara, quarta-feira, para discutir a proposta da Prefeitura de renovar o contrato com a São José, eles deram um prenúncio de como deverá ser o tom da próxima campanha eleitoral. Gilson disse para o rival aceitar a derrota sofrida nas eleições para prefeito em 2016 que dói menos.
Adérmis respondeu que não era candidato a prefeito, que foi reeleito vereador e disparou. “Nas últimas eleições para deputado dei uma surra no seu filho nas urnas”.
Farra das viagens: Com raríssimas exceções, as viagens dos vereadores não têm resultado prático nenhum. No máximo, retornam com a promessa de liberação de algum recurso que nunca chega. Nos corredores da Câmara, é de conhecimento geral que muitos vereadores viajam apenas para ganhar um dinheiro extra com as sobras das diárias. Eles não precisam apresentar notas fiscais dos gastos e fazem das viagens mecanismos para aumentar seus próprios salários.
Resistência: O candidato a presidente pelo Psol em 2018, Guilherme Boulos, participará de atividade na Unesp de Franca nesta terça-feira. A agenda faz parte de uma série de ações que ele está fazendo pelo Brasil para organizar a oposição ao governo Jair Bolsonaro (PSL) e à reforma da Previdência.
Carnaval na Prefeitura: O presidente da escola de samba Águias Douradas, Lázaro do Carmo Barato, foi nomeado ontem para ocupar o cargo comissionado de assessor do prefeito Gilson de Souza. A nomeação causou estranheza no meio político. Lázaro Barato trabalhou na campanha de Graciela Ambrósio (PR) e aguardava nomeação para assessorar a deputada na Assembleia Legislativa. Por outro lado, a escola dele recebeu recursos públicos no valor de R$ 45 mil da Prefeitura para desfilar no Carnaval deste ano.
Edson Arantes
Jornalista
edson@comerciodafranca.com.br
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