A derrota de Márcio França (PSB) nas eleições de domingo foi também uma derrota com sérias consequências para Roberto Engler (PSB). O deputado havia virado as costas para João Doria (PSDB) e apostado todas as suas fichas na vitória do governador. Perdeu tudo e as previsões indicam que seu próximo mandato será marcado por dificuldades e escassez de recursos.
Após 28 anos de militância no PSDB, Engler abalou o meio político em abril ao anunciar a sua transferência para o PSB. A gota d’água para a saída do partido foi a vitória de Doria nas prévias para ser o candidato ao governo do Estado. Engler não se simpatiza com o futuro governador e trabalhou contra ele nas eleições internas do PSDB. “Eu já havia avisado nossa bancada que o João Doria eu não apoio. Como o partido insistiu com ele, eu decidi sair.”
Doria foi eleito governador. Como se não bastasse, bateu o candidato de Engler em Franca e foi o mais votado na cidade com 61,4% dos votos. Como consequência, Engler terá de conviver com uma inédita situação em sua carreira: pela primeira vez, estará fora da bancada governista e será oposição. Doria pode até perdoar, mas não irá se esquecer daqueles que o trocaram por França.
Por anos, Engler controlou e colocou gente de sua confiança nos cargos do governo na região. A partir do ano que vem, a fonte irá secar.
Vai ter sorte assim lá em Delfinópolis: Enquanto Engler e prefeitos do PSDB viraram as costas para Doria, Gilson de Souza (DEM) fez campanha para o tucano e viu o amigo de longa data, Rodrigo Garcia (DEM), ser eleito vice-governador. Terá as portas do governo escancaradas.
Bolsocity: Franca está entre as cidades do País em que Jair Bolsonaro (PSL) obteve as maiores votações proporcionais. O presidente eleito obteve 75,39% dos votos válidos na cidade. O #elenão não teve resistência por aqui. De cada dez francanos, pelo menos sete votaram nele.
O preferido dos presos: Para não dizer que Bolsonaro levou tudo em Franca, ele foi derrotado por Fernando Haddad na penitenciária. O petista foi o mais votado na cadeia local com 20 votos, contra 2 de Bolsonaro. Márcio França teve 12 votos dos presos, contra só 1 de Doria.
Moral com o chefe: Doria veio a Franca na reta final da campanha e ligou do meu celular para o delegado Márcio Murari. Falaram sobre segurança pública por dez minutos. Murari ouviu que o futuro secretário da pasta será um policial e recebeu convite para visitá-lo no palácio caso fosse eleito.
Edson Arantes
Jornalista
edson@comerciodafranca.com.br
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