CRISE POLÍTICA

“Muito grave”, avalia Jonas sobre pedido de propina de Zé Carlos

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/FPX Cast
Deputado federal e ex-prefeito Jonas Donizette (PSB) comentou a confissão de aliado e expõe incômodo do partido com situação do vereador.
Deputado federal e ex-prefeito Jonas Donizette (PSB) comentou a confissão de aliado e expõe incômodo do partido com situação do vereador.

O deputado federal Jonas Donizette (PSB), principal liderança do partido na região e ex-prefeito de Campinas, comentou publicamente pela primeira vez o caso envolvendo o vereador Zé Carlos, também do PSB, que confessou ao Ministério Público ter solicitado propina enquanto presidia a Câmara Municipal.

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Segundo Jonas em entrevista ao FPX Cast, a informação chegou a ele pela manhã desta quinta-feira, após a divulgação do Portal G1 Campinas de que o parlamentar havia firmado um acordo de não persecução penal com o Ministério Público de São Paulo (MPSP). “É uma situação muito delicada. Estava conversando com o Wandão (vice-prefeito de Campinas e presidente do PSB municipal) sobre isso, almoçamos juntos, ele vê da mesma forma, e acho que é uma decisão que a Câmara vai ter que tomar (sobre possível cassação)”, afirmou.

O escândalo teve origem na confissão de Zé Carlos ao Gaeco, braço do MP responsável por investigar organizações criminosas. Segundo a reportagem, o parlamentar admitiu à promotoria ter pedido vantagem indevida ao empresário responsável pela operação da TV Câmara. O acordo, que prevê o pagamento de multa em troca da não abertura de ação penal, vazou e teve forte repercussão política.

Jonas fez questão de ressaltar a gravidade da confissão. “Muito grave. É uma confissão. Eu acho que quando você tem, assim, uma convicção da tua inocência, você vai até o fim”, declarou. E completou: “Juridicamente ele resolveu o problema, mas com esse vazamento, o problema político é muito grande. É uma situação muito complicada. Você está falando: ‘eu fiz’

Zé Carlos está em seu sexto mandato consecutivo e foi presidente da Câmara no período em que o crime teria ocorrido. O ex-prefeito de Campinas evitou antecipar qualquer posição sobre medidas partidárias ou pessoais - a possibilidade de uma renúncia por parte do vereador- , mas sinalizou incômodo da legenda. “Confesso para você que eu acho que, pelo que eu sinto, o partido também está bastante incomodado. Não sei qual vai ser o posicionamento pessoal dele, não falei com ele, né, mas é algo que eu acho que a Câmara vai ter que lidar com isso com muita seriedade.”

CP será avaliada na segunda


Divulgação/CMC

A Câmara de Campinas confirmou que irá votar, nesta segunda-feira (30), o pedido de abertura de Comissão Processante (CP) contra o vereador, após a Procuradoria Jurídica considerar que a denúncia cumpre os requisitos legais para seguir à deliberação em plenário. Para ser instaurada, a CP precisa da aprovação da maioria simples dos parlamentares presentes na sessão.

Se o pedido for aceito, será sorteada uma comissão com três vereadores para conduzir a apuração. Caso a denúncia seja rejeitada, o processo será arquivado.

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