NO DF

Influenciadoras são presas em operação contra quadrilha que importa óleo de maconha

De acordo com os investigadores, os criminosos compravam a droga de vendedores nos Estados Unidos

Por Fábio Serapião e Bruna Fantti | 24/04/2024 | Tempo de leitura: 2 min
da Folhapress

Reprodução

Rhaynara Didoff, Letícia Susane Correia Castro e Elisa de Araújo Marden foram presas
Rhaynara Didoff, Letícia Susane Correia Castro e Elisa de Araújo Marden foram presas

Uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal contra quadrilha especializada na importação e comércio de óleo de maconha para cigarros eletrônicos prendeu três influenciadoras digitais no Distrito Federal, na manhã desta quarta (24).

Segundo a Polícia Civil, o "objetivo é desmantelar uma rede criminosa que operava lavagem de dinheiro, tráfico internacional de drogas e crimes contra a saúde pública". A ação foi deflagrada pela Coordenação de Repressão às Drogas da Civil do DF e ocorre no âmbito da operação Nárke, do Ministério da Justiça.

No total, são cumpridos 12 mandados de busca e apreensão e 9 mandados de prisão em São Paulo, Rio de Janeiro além do Distrito Federal. Foram presas as influenciadoras Rhaynara Didoff, Letícia Correia Castro e Elisa Marden. A reportagem não conseguiu contato com a defesa delas até a publicação deste texto. No Rio, o detido seria o responsável pelas vendas online dos produtos.

De acordo com os investigadores, os criminosos compravam a droga de vendedores nos Estados Unidos. O óleo de maconha entrava no país via Paraguai por meio de portes de cera de depilação.

Da fronteira, partindo de Foz do Iguaçu (PR), a droga seguia para São Paulo onde era manipulada envasada para uso em refis de cigarro eletrônico, frascos de CBD (Canabidiol, substância da maconha utilizada para tratamentos medicinais) e outros suportes.

Nesse processo, diz a polícia, os traficantes misturavam solventes e aromatizantes ao óleo de maconha. Após o preparo, a droga era comercializada em sites e páginas hospedadas em redes sociais.

Segundo a polícia, profissionais de TI do Rio de Janeiro eram responsáveis pela construção das plataformas de comércio eletrônico do grupo, que utilizavam números internacionais para contato com clientes via WhatsApp, diz a Polícia Civil.

"O grupo fazia publicidade ostensiva nas redes sociais, pagando até influenciadores digitais para divulgar o negócio e montou plataformas próprias de comércio eletrônico para a venda dos produtos. Além disso, também montou uma intricada rede de lavagem de dinheiro, adquirindo contas bancárias em contas de terceiros, empresas fantasmas e laranjas", afirmou a polícia, em nota.

Ainda de acordo com a investigação, os líderes do grupo estavam sediados no interior do estado de São Paulo e não tinham contato com as drogas, que eram enviadas a traficantes e usuários por meio de contrato com uma empresa privada.

"Até as mulas que postavam os produtos nos correios conduziam veículos de luxo", destaca o delegado Rogério Henrique de Oliveira, coordenador da Cord. O lucro, somente nas vendas pela internet, é estimado em R$ 2 milhões mensais.

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