SAÚDE

Demora no atendimento revolta usuários de Mário Gattinho e UPA São José

Pacientes relatam que esperaram por horas e saíram sem atendimento da unidade pediátrica; no São José, GM teve que intervir em princípio de confusão.

Por Luis Eduardo de Sousa | 19/03/2024 | Tempo de leitura: 2 min
Especial para a Sampi Campinas

WhatsApp/Sampi Campinas

Imagem registra recepção do Mário Gattinho lotada durante a noite desta segunda-feira, 18
Imagem registra recepção do Mário Gattinho lotada durante a noite desta segunda-feira, 18

Morador do Campo Belo, em Campinas, o caminhoneiro Vitor Luis Rodrigues de Oliveira, de 25 anos, saiu de casa por volta das 17h desta terça-feira, 18, para levar o filho Lorenzo, de 2 anos, ao Hospital Mário Gattinho. A criança, segundo o pai, tinha diarréia, fraqueza e febre alta. Já eram 21h quando ele desistiu do atendimento e foi embora.

“Nós ficamos quatro horas no local sem nem passar pela triagem. Uma médica apenas disse que só poderia dar dipirona, não tinha o que fazer pelo meu filho”, conta o rapaz.

Após sair do hospital pediátrico, o pai foi até a UPA São José, onde também não conseguiu atendimento. Na manhã desta quarta, 19, o rapaz foi com o filho para uma UPA de Vinhedo, em busca de uma solução para a situação do filho, que perdura há sete dias.


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A dificuldade de Vitor reflete uma atmosfera de transtornos enfrentada por outros pais que precisaram do Mário Gattinho na noite da terça. Imagens obtidas pela Sampi mostram a unidade abarrotada de crianças acompanhadas por adultos enquanto aguardam atendimento. Um dos registros mostra um princípio de confusão entre os seguranças da unidade e pacientes, irritados com a demora no atendimento.

De acordo com a Rede Mário Gatti, 310 crianças foram atendidos nesta segunda-feira na unidade, 10,3% a mais em relação à segunda-feira da semana passada, quando 281 pacientes passaram por atendimento. "É o dia da semana em que, tradicionalmente, as unidades de urgência e emergência recebem maior número de pacientes", informou em nota.

Adicionalmente, a Rede confirmou que o Mário Gattinho, assim como as demais unidades da Rede, está sobrecarregado, o que aumenta o tempo de espera pela consulta aos pacientes com sintomas leves e que são a maioria dos que buscam atendimento. O tempo médio de espera foi de duas horas nasegunda-feira para pacientes com sintomas leves. A administração, no entanto, informou que a equipe de plantão estava completa, composta por seis pediatras, dois enfermeiros e sete técnicos em enfermagem.

“Tinha gente lá que estava desde 12h, e já eram 21h. Isso é revoltante, porque além da demora, eles não resolvem nada. Dizem que não podem fazer nada”, explica a avó, Elisângela Rodrigues, que acompanhou de perto o caso.

“Meu neto está muito mal, e os casos de dengue estão em alta na cidade. Mesmo assim, a única solução que nos deram foi pingar dipirona na boca do meu neto”, complementa.

Simultaneamente, uma outra confusão era protagonizada na UPA São José. Revoltados com a demora no atendimento, pacientes passaram a discutir com servidores da unidade e Guarda Municipal teve que intervir.

Sobre o atendimento na UPA, a administração informou que 479 pacientes foram atendidos, um número 16,2% maior em relação há uma semana, quando 412 passaram por atendimento. A unidade operou com três clínicos e dois pediatras no período noturno.

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