Morreu na noite desta segunda-feira, 27, o ex-volante Wanderley Paiva, aos 77 anos. Ídolo da Ponte Preta, ele morava em Campinas e lutou contra um câncer de próstata nos últimos meses.
Conhecido como ‘Carregador de Piano’ durante sua carreira, Paiva chegou a Ponte Preta em 1976, onde atuou por quatro anos. Com a Macaca, foi um dos protagonistas das campanhas estaduais de 1977 e 1979, quando a equipe terminou com o vice-campeonato.
Após a aposentadoria, em 1981, assumiu o time sub-20 da Ponte na conquista do Campeonato Paulista de 1981. Além disso, entre 2006 e 2007, foi treinador da equipe principal da Macaca.
Graças a sua identificação com a torcida, o ex-volante, natural de Campinas, escolheu a metrópole como sua cidade para viver até os últimos dias de vida.
Em nota, a Ponte Preta lamentou a morte do seu ídolo, que foi capitão da equipe em 1977. “A Associação Atlética Ponte Preta está de luto pelo falecimento do nosso ex-volante e capitão do esquadrão de 1977, Wanderley Paiva, vice-campeão paulista, e que também esteve no vice-campeonato de 1979”.
“Wanderley Paiva tem seu nome gravado e eternizado em nossa história. Aos familiares, amigos e fãs, manifestamos nossas sinceras condolências, à qual permanecemos unidos neste momento de tristeza e saudade”, completa o texto.
Homenagens
Parte de um dos principais momentos na história da Ponte Preta, Wanderley Paiva conquistou o carinho de toda a nação pontepretana. Por isso, para muitos, é o melhor volante que já passou pelos gramados do Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas.
Sua morte gerou grandes homenagens entre aqueles que tiveram o privilégio de o acompanhar e torcedores mais jovens.
“Não vi Wanderley Paiva jogar, mas tive o privilégio de trabalhar com ele na Ponte Preta. Perdemos um craque incontestável no meio-campo. Que ele seja recebido de braços abertos”, lamentou João Felipe Artioli, ex-assessor jurídico da Macaca.
“Pilar defensivo, craque incontestável do maior elenco da história da Associação Atlética Ponte Preta. Wanderley fez, foi e viveu Ponte Preta. Que Deus o receba de braços abertos”, escreveram os administradores da página AAPP Mil Grau.
Luta contra o câncer
Nos últimos meses, Wanderley Paiva enfrentou uma luta intensa contra o câncer de próstata. A batalha exigiu grandes gastos para custear o tratamento, razão pela qual, em setembro, o ex-volante contou com ajuda do Atlético-MG, onde também marcou época, para arrecadar R$ 84 mil.
"Infelizmente, fui 'premiado' por uma doença complicada e com remédios caríssimos. Tenho que agradecer ao presidente, à torcida do Atlético. E torcer para que eu consiga prolongar um pouco mais minha estadia nesse plano", comentou Paiva, na ocasião.
O Instituto Galo divulgou um vídeo de Paiva ao lado do presidente Sérgio Coelho. A ideia era custear o tratamento do ídolo por 12 meses, que girava em torno de R$ 7,5 mil por mês.
“Vamos abraçar o Wanderley. É o mínimo que o Galo pode fazer para ele. Vamos arrecadar esse dinheiro, para ser usado no custeio do tratamento por um ano. O Galo precisa abraçar os ex-atletas, funcionários. Eles que ajudaram a construir a história tão vencedora do Atlético. Vamos usar o Instituto Galo para abraçar o Wanderley”, pediu Coelho, na época.
Com a camisa do Atlético-MG, Wanderley Paiva foi o jogador de linha com maior número de partidas. Durante dez anos com a camisa do Galo, foram 559 jogos e um campeonato nacional em 1971. Em nota, o clube mineiro também lamentou a morte do ‘Carregador de Piano’.
“Infelizmente, nos despedimos de um CAMpeão Brasileiro: o meio-campista Wanderley Paiva. Um dos grandes nomes de nossa história, honrou nossas cores por uma década e comandou o meio de campo do Galo que conquistou o Brasil em 1971. Wanderley Paiva tinha 77 anos e foi o atleta de linha que mais vezes vestiu a camisa do Clube, com 559 jogos. Nossos sinceros sentimentos aos familiares, amigos e fãs do ex-jogador. Descanse em paz”, escreveu o clube.