COLUNISTA

Natal de paz e amor

da Redação
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A essência do Natal é a paz e o amor: "Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados". (cf. Lc. 2,14). O amor que Deus é tem um nome: Jesus Cristo. Neste quarto domingo do Advento, acende-se na coroa do Advento a vela branca, que simboliza a paz e o amor. A Liturgia indica que o Deus da Paz e do Amor está prestes a nascer novamente na solenidade da Natividade do Senhor, celebrada pela Igreja e por toda a cristandade no dia 25 de dezembro.

No Evangelho da Santa Missa deste quarto domingo do Advento (cf. Mt. 1,18-24), São Mateus nos conta que Maria, e não José, está na origem da geração de Cristo, pois ela "concebeu pela ação do Espírito Santo". (cf. Mt. 1,18). José é apresentado como esposo legal de Maria. Ela, embora prometida em casamento — o que hoje chamaríamos de noivado —, ainda não convivia com ele como esposa. Ao perceber que Maria estava grávida, José, homem justo e temente a Deus, pensou em deixá-la em segredo, para não expô-la publicamente.

Em sonho, porém, o anjo do Senhor revelou-lhe o mistério: "Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: 'Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe darão o nome de Emanuel', que significa: Deus conosco". (cf. Mt. 1,22-23). José acolheu Maria em sua casa como esposa, assumindo legalmente a paternidade de Jesus e garantindo-lhe a descendência davídica. Assim, Jesus é, de fato e de direito, descendente de Davi por meio de José, seu pai adotivo e legal; é filho da Virgem Maria, esposa legítima de José, mas concebido pelo poder do Espírito Santo. Por isso, Jesus é o Filho de Deus, o Emanuel, o Deus-conosco, para sempre. Em síntese, o tema central desta Santa Missa é o encontro maravilhoso do divino com o humano em Jesus Cristo.

Conforme a primeira leitura (cf. Is. 7,10-14), Deus envia o profeta Isaías ao rei Acaz, convidando-o a pedir um sinal. Diante da recusa do rei, o profeta anuncia: "O próprio Senhor vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe dará o nome de Emanuel". (cf. Is. 7,14). Por isso, o Natal é também a festa da luz. O Menino Jesus vem iluminar o mundo, confrontando as trevas dos nossos pecados contra a fé e a esperança, a caridade e o amor ao próximo.

Na segunda leitura (cf. Rm. 1,1-7), São Paulo apresenta Cristo como Filho de Davi segundo a carne e Filho de Deus segundo o Espírito. Ele é o Senhor glorioso e ressuscitado, no qual se cumprem todas as promessas feitas por Deus, inclusive a profecia de Isaías. Humanamente, Jesus é "filho de Davi"; divinamente, pela ação do Espírito Santo em Maria, é o "Filho de Deus".

Pensemos, de modo especial, em Maria, em quem se cumpriu a palavra do profeta e cuja resposta ao anjo permanece modelo para todos nós: "Faça-se em mim segundo a tua palavra". (cf. Lc. 1,38). Todos os cristãos são chamados a dizer "sim" à vontade de Deus em sua própria vida. Recordemos o que disse São Francisco de Assis sobre a maternidade espiritual dos fiéis: "Somos mães de Cristo quando o trazemos no coração e no corpo, com amor e consciência pura e sincera, e o damos à luz por obras santas, que devem brilhar como exemplo para os outros". (Admoestações I).

Que o Natal do Senhor, que está às portas, renove em nós a paz, o amor e a esperança. Amém.

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