A Inteligência Artificial deixou de ser uma tendência e hoje é uma força estratégica que redefine mercados, acelera decisões e expõe empresas a novos riscos. Esse foi o ponto de partida do encontro IA Em Decisão: Inovação, Estratégia e o Amanhã das Organizações, realizado em 8 de dezembro, em Bauru. O evento foi idealizado pela Scaffold Education e pelo Grupo Facimus, em parceria com a Performa_IT e a HPE, reunindo lideranças empresariais, CEOs, diretores e heads estratégicos para um diálogo aberto e profundo sobre como transformar IA em vantagem competitiva, com foco em três pilares centrais: estratégia, inovação e pessoas.
Diferente de eventos tradicionais focados somente na aplicação da tecnologia, o encontro propôs uma análise corajosa e honesta sobre o que os líderes precisam decidir agora para não perder espaço nos próximos anos.
Durante o encontro, realizado no auditório do Grupo Facimus, os participantes discutiram como a IA deixou de ser uma promessa distante para se tornar uma força concreta que redefine operações, cria novos riscos e exige decisões mais rápidas e assertivas. A programação foi estruturada em três blocos que abordaram desde prioridades estratégicas e maturidade organizacional até infraestrutura, segurança, cultura e competências humanas — reforçando que a adoção responsável da IA depende menos de ferramentas e mais da capacidade de liderança e execução; em outras palavras: depende das pessoas.
Um dos destaques foi a participação de Ricardo Emmerich, presidente da HPE Brasil, que chamou atenção para a necessidade de desmistificar a tecnologia e adotá-la na prática. Para ele, a inteligência artificial só se torna real quando as empresas começam a testar, errar e aprender. “Não é um mito tecnológico; é como a chegada da energia elétrica — quem resistir vai caminhar na direção oposta ao futuro”, afirmou.
Emmerich enfatizou ainda que a combinação entre experimentação e o desenvolvimento do que ele define como “heart skills” será decisiva para que as organizações avancem com segurança.
Para Sara Hughes, CEO da Scaffold Education, o avanço da IA exige que as empresas preparem suas equipes de forma mais ampla, indo além do domínio técnico. “As empresas que avançarem serão aquelas que capacitarem seus times para entender o mundo, os negócios e a responsabilidade ética das decisões. A IA amplia capacidades humanas, mas não as substitui — e isso é o que nos torna únicos”, destacou. Sara também enfatizou a importância das decisões e dos processos na implementação da tecnologia, reforçando que IA não é apenas tecnologia, mas uma mudança na estratégia, na tomada de decisões e na forma como o negócio funciona.
O CEO do Grupo Facimus, Mauro Mitiue, reforçou a importância de trazer debates estratégicos para o Interior paulista e defendeu que a adoção de IA seja feita com cautela e planejamento. Para ele, a IA chega com a mesma força transformadora que a internet trouxe anos atrás, mas agora existe um mercado mais preparado. Mesmo assim, afirma que é essencial testar antes de implementar e garantir que tecnologia, processos e pessoas caminhem juntos.
“Quem se adapta não perde espaço — evolui junto com o mercado”, destacou. Ele também enfatizou o papel da ética no uso da tecnologia, lembrando que, embora poderosa, a responsabilidade final é sempre humana.
No centro das discussões sobre o impacto da IA no mundo dos negócios e sobre o papel dos profissionais nesse novo cenário, o encontro apontou caminhos concretos para o futuro das organizações da região. Ficou claro que Bauru e o interior paulista vivem um momento estratégico e têm potencial para se tornarem referência em inovação aplicada, desde que as empresas invistam em clareza estratégica, competências humanas e governança sólida para o uso da tecnologia. Para participantes e organizadores, o IA Em Decisão deixou uma mensagem clara: o futuro não favorece quem apenas observa — favorece quem decide. E, nesse movimento, as pessoas continuam sendo o elemento central de toda a transformação.