DE VOLTA A BAURU

Cantora Márcia Cardoso revisita raízes e lança primeiro álbum

da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Ilara Costa
Novo trabalho é considerado um grito de amor à Amazônia
Novo trabalho é considerado um grito de amor à Amazônia

Depois de oito anos longe dos palcos do Brasil, a cantora bauruense Márcia Cardoso volta ao País, onde reencontra suas raízes e revisita sua cidade natal. Morando atualmente na Holanda, ela retorna ao País para lançar, em breve, seu primeiro álbum autoral, considerado um grito de amor pela Amazônia. O projeto amarra memórias, influências e a estrada que começou muito antes de seu nome cruzar fronteiras.

O trabalho está sendo finalizado em Brasília, mas foi iniciado em São Paulo com arranjos da própria artista, de seu produtor Flavio Batichotte e de José Antonio Almeida, ganhador de Grammy e que atualmente trabalha com o maestro João Carlos Martins. O álbum traz faixas em MPB, Soul e Bossa Nova, também com composições de Batichotte e de Cayê Milfont.

Integram a banda José Antonio (teclados),Toni Giannini (baixo), Júnior Groovador (baixo), Kaka Magalhães (guitarras e violões) e Pepa D'Elia (bateria). A expectativa é lançar o disco não apenas em Bauru, mas também em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro, marcando sua retomada aos palcos brasileiros.

No palco

Márcia Cardoso pavimentou sua carreira cantando com artistas nacionais e internacionais. Foi backing vocal de JJ Jackson, Jimmy “Bo” Horne e Negra Li, dividiu palco com Netinho de Paula, Negritude Jr. e Raça Negra, integrou a equipe do tradicional Sargentelli e teve como referência a cantora de Bauru Denise Amaral. Seu novo trabalho traz composições de Victor Brooks e arranjos do amigo Alex Barbosa.

No currículo, ainda soma experiências como modelo, participação em curta-metragem e no programa Você Decide (Globo).

Trajetória

O início da trajetória começou em Bauru aos 8 anos, quando uma vizinha a levou para a Igreja Adventista, onde deu os primeiros passos na música. Filha de Tereza e Toninho, cresceu em uma família com seis filhos. Aos 12 anos, com o apoio da irmã mais velha, foi eleita rainha do Carnaval de Bauru pela escola de samba Cartola, depois de ser abordada em meio ao Calçadão da Batista de Carvalho por Queté, considerado um dos principais carnavalescos da história da festa de Momo, na cidade.

O olhar dele era preciso: Márcia Cardoso tornou-se a mais jovem rainha do Carnaval do Brasil, fato que lhe rendeu matéria no Jornal da Cidade e no Fantástico. Na sequência, vieram convites para ser modelo e manequim com nomes como Roberto Godoy e Paulo Keller.

Depois, o músico Décio Martins a chamou para ser dançarina da banda Alta Classe, onde dividiu o palco com talentos como Denise Amaral e Kátia Broco Amaral. No Alta Classe realizou o sonho de ser cantora e fez shows acompanhada pelo irmão Cláudio W. Cardoso, pois ainda tinha apenas 14 anos. Mais tarde, participou do Felício Digital Show.

Depois de trabalhar com Sargentelli, fez backing vocal para grandes nomes como Tobias da Vai-Vai, além de várias outras bandas paulistanas. Mas foi em Bauru que conheceu a banda Raça Negra, e logo se juntou a eles.

Entre palcos e bares, Márcia Cardoso construiu repertório e identidade. Do casamento com um holandês, que conheceu quando morava em São Paulo, nasceram Julia, 21 anos, e Daniel 18 anos. Assim com ela, os filhos e o ex-companheiro vivem no país europeu, onde os brasileiros sempre demandam samba e pagode.

“Já os holandeses adoram Bossa Nova”, destaca a cantora, que confessa apreço especial pelas canções românticas. Com o novo trabalho, Márcia Cardoso vivencia reencontros, novas parcerias, proximidade com o público e se prepara para uma fase inédita de sua carreira, sempre carregando sua assinatura e transformando oportunidades em novos pontos de partida.

(Foto: Flavio Batichotte)
(Foto: Flavio Batichotte)

Comentários

Comentários