A Câmara Municipal de Bauru vai iniciar, em novembro, um ciclo de debates sobre a crise hídrica que há anos afeta a cidade. A iniciativa é do vereador Júnior Rodrigues (PSD), presidente da Comissão de Meio Ambiente, e tem como objetivo manter o tema em discussão permanente, mesmo após o retorno das chuvas, além de monitorar as medidas que vêm sendo adotadas pelo DAE e pela Prefeitura para evitar novos períodos de desabastecimento.
Segundo o parlamentar, o debate público não pode se encerrar quando a crise é amenizada. “A chuva traz alívio, mas não resolve o problema estrutural. Se a gente relaxar agora, no ano que vem, vai acontecer tudo de novo. É hora de discutir soluções definitivas, cobrar planejamento e envolver toda a sociedade. A gente sabe que menos pessoas sofreram por conta de ações já realizadas, mas quem foi afetado ficou mais dias sem uma gota da torneira”, afirma Júnior Rodrigues.
O ciclo de audiências públicas começa no próximo mês e seguirá no primeiro semestre de 2026. Os encontros, sempre às terças-feiras, às 10h, vão reunir gestores públicos, universidades, entidades ambientais e representantes da sociedade civil.
Temas
A primeira audiência será em 25 de novembro, com o tema “Captação Superficial”, e discutirá a proposta de uma nova lagoa de captação, o desassoreamento da atual e a possibilidade de novos pontos de captação na bacia do Rio Batalha ou em outras regiões, incluindo ainda o debate sobre a criação de reservação natural de grande porte.
No dia 2 de dezembro, o segundo encontro tratará do Programa “Água de Todos”, com foco na execução do conjunto de poços da zona norte e na adutora que levará água às regiões dependentes do Batalha (ações que em parte dependem do financiamento junto à Caixa Econômica Federal); e da atualização do Plano Diretor de Águas (PDA), a fim de que a administração possa atualizar o que já foi executado e o que está previsto, a partir de cronograma e orçamento detalhados.
Encerrando o ciclo inicial, em 9 de dezembro, o debate será sobre o Rio Batalha, com foco na preservação/recuperação das matas ciliares e participação dos municípios de Agudos, Avaí e Piratininga, também cortados pelo rio e afluentes importantes. Além do DAE e das secretarias municipais de Governo, Meio Ambiente e Agricultura, serão convidados a prefeita Suéllen Rosim, o Fórum Pró-Batalha, o Ministério Público do Meio Ambiente, a Cetesb, o Comdema, o Comusae, a Assenag, o Projeto Sacre/USP e a Faculdade de Engenharia da Unesp.
“A crise hídrica é um desafio que afeta toda a cidade. As audiências vão servir para dar transparência, cobrar resultados e criar ferramentas para que a população possa acompanhar o que está sendo feito. Nosso papel é garantir que o assunto não caia no esquecimento e que o poder público mostre, com clareza, suas ações e seus planos para garantir segurança no abastecimento”, reforça o vereador.