A Igreja fecha o mês vocacional de agosto dedicando este último domingo à reflexão sobre a vocação especial do/a catequista, à oração em favor deles/as e às ações que os/as valorizem e atualizem a sua formação bíblico-catequética em nossas comunidades.
Antes, porém, tenhamos presente as leituras bíblicas da santa Missa deste domingo. Para que os chefes dos fariseus, seus seguidores e seus amigos se convertessem - pois o Evangelho é também Boa Nova oferecida a eles - Jesus convidou-os conforme o relato de São Lucas no trecho evangélico da santa Missa deste domingo - Lc 14,1.7-14 - a praticarem duas virtudes de base: a humildade e a amizade aos pobres.
São Lucas foi narrando que Jesus, num dia de sábado, foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. Lá, Jesus viu como os convivas escolhiam os primeiros lugares. Então, Jesus contou-lhes a parábola de uma festa de casamento com a intenção de questionar a etiqueta vigente na sociedade daquele tempo. Chamou a atenção deles para dizer que nesse tipo de festa, agora a partir do novo ensinamento, a etiqueta evangelicamente correta manda que a pessoa vá ocupar o último lugar.
Além da razão teológica que Jesus deixou evidente em outra ocasião - O Filho do Homem se fez humilde e obediente ao Pai - inclusive pode acontecer, conforme Ele dizia, uma excelente chance de alcançar um reconhecimento público de destaque. Com efeito, como Ele explicava, quando chegar o que te convidou ele poderá te dizer em público: "Amigo, vem mais para cima". Então, isso será motivo de honra para ti diante de todos os convidados.
Se tivesses ocupado um dos primeiros lugares, poderia acontecer de chegar outro convidado mais importante que criaria para ti um situação de humilhação pública, caso o dono da festa te dissesse: "Amigo, dá o teu lugar a ele". Jesus sintetizou a lição sobre a humildade com esta conhecidíssima expressão: "Quem se eleva será humilhado e quem se humilha será elevado".
Na sequência da narrativa, São Lucas escreve que Jesus passou também ensinamento igualmente importante, dirigindo-se diretamente ao que o tinha convidado: "Quando tu deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos". Ele explicava que estes poderiam retribuir convidando-o para uma festa igual. Pois então, essa prática "do dá cá para receber lá", é uma coisa que até os pagãos faziam entre si, como dissera em outra ocasião, o que não é compatível com o Evangelho. Nessa perspectiva não haveria mérito algum. Mas, tu farás a diferença quando convidares à festa os pobres, aleijados, coxos, cegos que não poderão fazer o mesmo.
Concluindo, Jesus arrematou, dizendo-lhe: "Então tu serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos". Os pobres são os prediletos do Reino que Jesus veio trazer, ideia forte do seu Evangelho. A presente lição de Jesus se aplica também a todo discípulo que aspirar crescer na perfeição e avançar no caminho da santidade da vida cristã.
Caminhar na vida com as "sandálias da humildade" e fazer o bem a quem não pode retribuir porque é pobre nisto consiste em priorizar os valores do Reino de Deus, segundo disse Jesus: "Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e sua justiça e tudo o mais vos será dado de acréscimo" (Mt 6,33). Pois conforme sabemos, a misericórdia para com os pobres é a chave da entrada no céu. Como já dito, a Igreja, neste domingo, festeja o dia do/a Catequista e convida-nos a agradecer os/as Catequistas atuais rezando por eles e elas e ainda por todos/as que já estão na casa do Pai.
Catequista é uma vocação e missão particularmente especial na Igreja. Todos nós tivemos um/a ou mais: da primeira Eucaristia, da perseverança, da Crisma. O que se passou comigo deve ter se passado com você também, estimado/a leitor/a. Não me permito esquecer da catequista de minha infância e adolescência. No meu tempo e no meu caso só tive catequistas mulheres. Recordo-me delas, com gratidão e saudade. Não me saem da cabeça a dedicação e bondade de quem me ensinou o "be-a-bá" da fé. Você inclusive deve se recordar, com os mesmos sentimentos de gratidão e saudosa lembrança, de quem lhe ensinou a doutrina cristã e a dar os primeiros passos rumo aos sacramentos da Igreja.
A Igreja não se omite deixando de reconhecer publicamente o papel importante dos/as Catequistas que não só introduzem as nossas crianças no conhecimento dos fundamentos da fé, como também as levam a conhecerem e amarem a Jesus Cristo, ajudando-as a fazerem o seu primeiro encontro pessoal com Ele que marcará as suas vidas para sempre. Louvando e agradecendo ao bom Deus por nossos/as Catequistas, supliquemos ao Senhor que derrame sobre eles e elas bênçãos e graças de saúde, paz e todo o bem.
