Ao comentar a nova operação da Polícia Federal deflagrada nesta sexta-feira (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que não é apenas alvo de perseguição política, mas que sua vida estaria na mira de um sistema que, segundo ele, prefere vê-lo morto do que preso. “O sistema não me quer preso. O sistema me quer morto”, declarou em entrevista à agência Reuters.
Bolsonaro afirmou que não teme morrer. “Já passei pela morte mergulhando, saltando de paraquedas e na facada”, disse, referindo-se ao atentado sofrido em 2018. “Eu preso vou dar problemas para eles. Eu não sou suicida, mas não tenho medo da morte”, completou.
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A fala ocorre no mesmo dia em que a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de Bolsonaro, no Jardim Botânico (DF), e em seu escritório político na sede do PL. A operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), integra a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Na residência do ex-presidente, a PF apreendeu um celular, dinheiro em espécie e um pen drive. Bolsonaro alegou desconhecer o dispositivo e chegou a sugerir que ele poderia ter sido plantado por alguém: “Nunca vi aquele pen drive. Nem laptop eu tenho em casa”. Depois, voltou atrás e afirmou: “Não estou sugerindo nada. Vou perguntar pra minha mulher se o pen drive é dela”.
Além das buscas, Moraes determinou que Bolsonaro use tornozeleira eletrônica e o proibiu de acessar redes sociais, manter contato com diplomatas, se aproximar de embaixadas e falar com o filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos. O ex-presidente classificou a imposição da tornozeleira como “uma suprema humilhação”.
Bolsonaro reafirmou que se sente perseguido politicamente e negou envolvimento com qualquer articulação golpista. Segundo ele, sua atuação política é legítima e sua intenção é “defender a democracia”.
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RONALDO 18/07/2025Fica tranquilo que depois da tornozeleira vem as grades.