EM BAURU

Governo diz que 'espera' retomar monitoramento, mas só para 2026

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
André Fleury Moraes
O secretário Ghirardello durante pronunciamento na audiência realizada na semana passada por iniciativa do vereador Pastor Bira (Podemos)
O secretário Ghirardello durante pronunciamento na audiência realizada na semana passada por iniciativa do vereador Pastor Bira (Podemos)

O governo Suéllen Rosim (PSD) diz esperar "com muito desejo" que a contratação de milhares de câmeras de monitoramento e o serviço de vigilância patrimonial, promessa de campanha da prefeita, seja retomado. Admite, porém, que a iniciativa ficou para 2026.

A afirmação veio do secretário de Educação, Nilson Ghirardello, durante audiência na semana passada que discutiu segurança pública nas escolas. O encontro foi idealizado pelo vereador Pastor Bira (Podemos) em meio à onda de furtos em espaços públicos que atinge principalmente unidades de ensino.

No caso do monitoramento, Ghirardello salientou que a licitação vinha sendo conduzida pela Secretaria de Administração e reafirmou o argumento do governo de que a contratação foi "temporariamente adiada". O certame, como mostrou o JC, foi anulado após parecer da Secretaria da Fazenda indicar que não há recursos no exercício deste ano que permitam a contratação.

Um primeiro pregão para negociar apenas o serviço de vigilância chegou a ser aberto pela prefeitura no ano passado. A concorrência foi realizada, mas acabou esquecida pela administração - que oficialmente alegou falta de recursos também nesse contrato.

Fato, porém, é que a homologação não ocorreu depois que uma empresa desclassificada recorreu da decisão apontando indícios de fraude nos documentos apresentados pela vencedora, a oitava colocada. A prefeitura nunca analisou o recurso e nem informou se o fará quando questionada pelo JC.

Segundo Ghirardello, 76 ocorrências de invasão a escolas municipais já foram registradas neste ano, atingindo 31 unidades, das quais pelo menos 15 sofreram com o problema mais de uma vez. O secretário lamentou o número e afirmou que a administração busca alternativas, embora tenha dito posteriormente que, no poder público, "as coisas são mais difíceis".

As invasões têm como alvo principal a fiação elétrica, mas os prejuízos não se restringem ao furto de cabos. "Às vezes o problema maior é a destruição de portas, vidros, forros e telhas", comentou o secretário.

PROJETOS

A secretária de Infraestrutura Pérola Zanotto, que também participou da audiência, afirmou que os projetos para novas escolas já foram alterados para dificultar o acesso à fiação, com o uso de telhados metálicos no lugar de telhas de barro. Outra medida avaliada é a substituição das grades externas por gradis mais robustos.

A audiência contou com a presença de sete vereadores e representantes da Polícia Militar, da OAB, dos conselhos tutelares e do Sinserm. Ghirardello reconheceu que hoje são poucas as escolas com algum tipo de sistema de segurança: três com alarme adquirido via contrapartida, quatro com câmeras compradas com verbas próprias e cinco com monitoramento.

Enquanto isso, a ronda escolar segue sob responsabilidade da atividade delegada desde que a antiga empresa responsável pelo serviço pediu a rescisão do contrato.

A prefeitura deve abrir licitação para alugar quatro novos veículos para a PM. Sobre a presença de vigilantes, Ghirardello afirmou que o custo é "extremamente alto", e por isso o serviço só é disponibilizado em imóveis com maior incidência de furtos.

Capitão Freitas, comandante da 1ª Companhia da PM, defendeu que, além das câmeras, a cidade invista em alarmes de intrusão e iluminação externa. Ele também cobrou que o município regulamente a lei que trata da comercialização e reciclagem de sucatas - medida considerada essencial no combate ao furto de fios por aqueles que participaram da discussão.

Essa foi a primeira de uma série de audiências públicas que Bira e o vereador Cabo Helinho (PL) pretendem realizar. O próximo encontro está previsto para esta quarta-feira (16), às 14h, e terá como foco a segurança nos centros comerciais da cidade.

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