PROJETO

PL prevê parcerias para benfeitorias em locais públicos

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Pedro Romualdo/Câmara de Bauru
Vereador Markinho Souza (MDB), presidente da Câmara Municipal
Vereador Markinho Souza (MDB), presidente da Câmara Municipal

Um projeto de lei (PL) do presidente da Câmara de Bauru, vereador Markinho Souza (MDB), autoriza o governo municipal a executar parcerias com a iniciativa privada para que empresas promovam benfeitorias em bens públicos e sejam reconhecidas por isso através de menção institucional ao nome do estabelecimento.

O texto foi protocolado na semana passada e abrange desde reformas, reparos e manutenções em prédios e equipamentos públicos até doações de Internet gratuita, mobiliário, insumos de uso coletivo e intervenções em acessibilidade, paisagismo ou sustentabilidade.

"Levei recentemente minha mãe na UPA Bela Vista durante uma madrugada. É um ambiente em que você chega mal e sai pior. O jardim, a parte do paisagismo ali na frente, poderia ser melhor. Tem cadeira quebrada, a fachada estava suja, descascada, sem pintura. Não tem Internet gratuita para o usuário", afirmou Markinho ao JC a respeito da proposta.

"Então, por exemplo, se uma empresa de Internet quiser oferecer wi-fi gratuito aos pacientes, ela instala e ganha uma plaquinha com o nome 'empresa amiga da cidade'. O mesmo valeria a estabelecimentos que vendem tintas. E por aí vai", explica.

Tais melhorias, segundo a proposta, somente poderão ser feitas mediante aprovação prévia do órgão gestor responsável - leia-se a administração municipal.

De acordo com o projeto, todas as parcerias deverão ser formalizadas por meio de chamamento público, com critérios técnicos e objetivos definidos por regulamento específico a ser elaborado pelo Poder Executivo.

Em troca, diz o PL, as empresas participantes poderão exibir placas padronizadas com até 60 centímetros quadrados contendo o nome do estabelecimento, a frase "empresa parceira da cidade" e menção à benfeitoria realizada.

Nos termos do projeto, essa exibição deve ter caráter informativo e impessoal - o texto proíbe o uso de slogans, por exemplo, além de apelos comerciais, conteúdo político, religioso ou de autopromoção. "É uma menção institucional, padronizada, sem qualquer apelo mercadológico. Algo simples. E pronto", explicou Markinho.

O projeto ainda impõe prazo à duração das parcerias: serão 12 meses, segundo a proposta, com possibilidade de uma única prorrogação por igual período. "Se a empresa quiser renovar, terá que comprovar que fez nova benfeitoria. Pintou? Vai ter que pintar de novo. Instalou wi-fi? Tem que manter funcionando. Não é algo eterno, tem que ter contrapartida real", pontuou.

A proposta também proíbe a instalação de placas em fachadas ou áreas de destaque de bens tombados, locais que prejudiquem a sinalização de segurança ou a mobilidade urbana. Empresas com débitos fiscais ou histórico de condenações por crimes administrativos e ambientais também não poderão participar.

Markinho admite que o texto entra no mérito de obrigações do próprio Poder Executivo, mas vê na iniciativa privada uma oportunidade de parceria com o município.

"O poder público não consegue licitar pequenas reformas, não tem equipe para isso em todas as secretarias. Mas a iniciativa privada pode e quer ajudar. Há inclusive projetos prontos, como o de artistas que querem grafitar espaços públicos, mas esbarram na falta de autorização legal. Com esse projeto, isso muda", acrescenta.

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