Eleito presidente do PT Bauru e coordenador macrorregional da legenda para os próximos quatro anos, Luciano Assis disse ao JC nesta segunda-feira (7) que a sigla precisa "sair da bolha" e "falar para fora do PT", numa estratégia que ele classifica como reconstrução do partido após o impeachment de Dilma Rousseff, a prisão de Lula e posteriormente a própria recondução do atual presidente ao cargo.
Assis, ligado à ala da vereadora Estela Almagro (PT), foi alçado a presidente do PT em eleição realizada no último final de semana.
"A gente sofreu um golpe muito grande. Passamos por um processo desgastante e polarizado", aponta. Por isso, defende que a atuação local busque conexão com o campo progressista mais amplo, em vez de permanecer restrita às bases tradicionais. "A Estela [vereadora] teve uma votação muito expressiva porque falou para fora do PT. Esse é o caminho". Assis também foi eleito ao cargo de coordenador da macrorregião do partido, que engloba 52 municípios. Ele diz que há esforço para retomar a presença do PT em cidades onde o partido perdeu estrutura e representatividade.
O objetivo, diz, é chegar às eleições de 2026 com candidaturas competitivas - o que passa, admite, pela própria vereadora da legenda. Somente depois é que a legenda vai discutir a disputa municipal, em 2028.
A eleição municipal, no entanto, teve questionamentos. O grupo ligado ao ex-presidente Cláudio Lago - que renunciou à presidência do diretório no início do ano, ao lado de outros dirigentes - alegou falhas na divulgação e acesso negado na apuração. Luciano, que integrava a antiga executiva, nega omissões. "Fizemos uma eleição limpa, justa, com toda a militância. Foram 225 votantes. O próprio Cláudio levou várias pessoas", rebate.