De 29 de junho a 5 de julho, a Organização Mundial de Alergia (WAO) promove a Semana Mundial da Alergia 2025, com foco na anafilaxia, uma reação alérgica grave, de início súbito, que pode ser fatal, se não tratada rapidamente. O lema da campanha deste ano é claro e direto: "Anafilaxia - Informação Salva!"
A proposta da campanha é aumentar a conscientização da população e dos profissionais de saúde sobre o reconhecimento precoce dos sintomas da anafilaxia, bem como suas causas e formas de prevenção. A reação pode afetar rapidamente múltiplos órgãos - como pele, pulmões, trato gastrointestinal e coração - e evoluir para o óbito em poucos minutos, caso não seja tratada com a urgência necessária.
Segundo dados internacionais, a anafilaxia pode acometer até 5% da população mundial ao longo da vida, com taxas de mortalidade entre 0,5% e 2% dos casos, especialmente quando há atraso na administração da adrenalina intramuscular, que é o único tratamento de primeira linha reconhecido pelas sociedades médicas.
As principais causas da anafilaxia incluem:
- Alimentos (como amendoim, castanhas, leite, ovos, frutos do mar)
- Medicamentos (como antibióticos e anti-inflamatórios)
- Picadas de insetos (abelhas, vespas, formigas lava-pés)
- Látex
Os sinais de alerta mais comuns são:
- Coceira, urticária e inchaço (lábios, olhos, língua)
- Rouquidão, chiado no peito, dificuldade para respirar
- Náuseas, vômitos e dor abdominal
- Queda da pressão arterial, tontura e desmaios
- Parada respiratória ou cardíaca em casos mais graves
O que fazer diante de uma suspeita de anafilaxia?
- Aplicar imediatamente adrenalina intramuscular (epinefrina)
- Acionar o SAMU (192)
- Manter o paciente deitado com pernas elevadas (se possível)
- Evitar o uso isolado de anti-histamínicos ou corticoides - que não substituem a adrenalina
- Encaminhar para observação hospitalar após a estabilização.
CRISE
A campanha também reforça a importância de ambientes como escolas, restaurantes, farmácias e serviços de saúde estarem preparados para reconhecer e agir diante de uma crise anafilática. Pacientes de risco devem ter acompanhamento com alergista e imunologista, receber orientação adequada, realizar testes específicos e, quando indicado, portar auto-injetores de adrenalina.
"A informação é a principal ferramenta para prevenir mortes por anafilaxia. Reconhecer os sinais e agir rápido pode fazer toda a diferença. Por isso, a Semana Mundial da Alergia é um chamado à ação para toda a sociedade", afirma Daniela Rigotto, médica alergista e imunologista.