
Ingredientes
- 4 cebolas médias
- 2 colheres (sopa) de manteiga
- ¼ de xícara (chá) de vinho branco ou conhaque
- 1 colher (sopa) de farinha de trigo
- 1,5 litro do caldo de carne
- 4 rodelas de pão torrado
- 1 xícara (chá) de queijo gruyère ralado fino
- sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto
A cebola é uma das hortaliças mais importantes e de mais ampla difusão no mundo. Os primeiros registros de seu cultivo datam de cerca de 4.000 anos e foram encontrados no Egito, indicando que a sua domesticação iniciou-se muito tempo antes, sendo de uso muito antigo. Dali expandiu-se rapidamente para a Europa e desta para o Oriente. Hoje não há culinária que a desconheça.
Na França é ingrediente de um prato que tem pelo menos 300 anos, pois é mencionado em relato como iguaria preferida de rei Luís XV. Embora agradasse ao paladar requintado e aristocrático, a sopa de cebola que o rei experimentou em seu castelo depois de uma caçada, já era à época bastante popular, feita com ingredientes bem plebeus: cebolas, manteiga, água e pão; às vezes queijo ralado. Até hoje a receita os mantém, numa prova evidente de que os clássicos são simples.
Os franceses tomam essa sopa reconfortante assim que o outono se aproxima e seguem com ela até que o inverno se vá. É encontrada tanto nos grandes restaurantes como nos bistrôs mais simples.
Uma história curiosa sobre essa sopa tradicional a liga aos casamentos. Ela é servida no final da festa, para evitar a ressaca dos convidados no dia seguinte. Em geral é preparada pelos próprios convivas que sabem que na cozinha da casa da noiva tem um saco de batatas à espera.
Cada roda com seu fuso, cada terra com seu uso.
Fatie as cebolas em meias-luas finas. Derreta em fogo médio e numa panela mediana a manteiga. Junte as cebolas e tempere com uma pitada de sal. Deixe cozinhar, mexendo de vez em quando, por cerca de 30 minutos, até ficarem bem macias e douradas. Este é o único trabalho dessa sopa, porque se as cebolas não caramelizarem, a sopa não fica saborosa. Em geral, em fogo baixo, a etapa leva 40 minutos. O ponto certo a gente avalia pela cor, que deve ficar acastanhada, quase marrom. Não se apresse aumentando o fogo ou apelando para a pitada de açúcar. É o tempo que conta no preparo.
Agregue o conhaque ou o vinho e misture, raspando o fundo da panela para dissolver os queimados da cebola. Assim que evaporar, polvilhe a farinha de trigo e mexa bem.
Junte o caldo de frango aos poucos, misture bem de cada vez para não formar grumos. Assim que levantar fervura, abaixe o fogo e deixe cozinhar por 30 minutos. Mexa de vez em quando para não grudar no fundo.
Desligue o fogo depois de meia hora e tempere com sal e pimenta-do-reino a gosto. Transfira a sopa para um refratário grande ou quatro individuais que possam ir ao forno. Coloque na superfície as torradas. Polvilhe com o queijo ralado e leve ao forno quente apenas para derreter o queijo.
Sonia Machiavelli é professora, jornalista, escritora; membro da Academia Francana de Letras.