
A bolsonarista Marlúcia Ramiro, de 63 anos, condenada por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, é alvo de uma nova investigação por supostos abusos físicos, psicológicos e sexuais contra duas crianças, de 2 e 8 anos, em Buritizal, cidade a 65 quilômetros de Franca. Os crimes teriam ocorrido em 2023, quando a mulher estava foragida da Justiça.
Segundo o jornal O Globo, que trouxe a matéria com exclusividade nesta quarta-feira, 25, Marlúcia viveu na casa da mãe das vítimas, em Buritizal. A mulher, uma profissional de marketing de 36 anos, contou que acolheu a bolsonarista por dificuldades financeiras. Marlúcia, então, se ofereceu para cuidar das meninas enquanto a mãe trabalhava.
“Falou que estava com algumas dificuldades financeiras, que a aposentadoria não tinha dado certo e que precisava ficar um tempo comigo no interior. Ela se ofereceu para cuidar das minhas filhas enquanto eu trabalhava. E foi assim que ela veio para a minha casa. Não achei nada ruim”, disse a mulher.
Durante esse período, porém, a mãe começou a notar mudanças no comportamento das filhas, incluindo sinais de trauma, hematomas e episódios de agressividade e retração. Relatórios da creche frequentada pela filha mais nova registraram situações incomuns, reforçando a suspeita de maus-tratos.
A situação se agravou quando uma prima das crianças contou que presenciou a mulher agredindo a criança. O relato da sobrinha alertou ainda mais a mãe da criança.
“Lembro que um dia meus sobrinhos estavam em casa comendo panetone, já perto do fim do ano. Um deles fez um comentário como: ‘Ah, não vai comer tudo porque senão depois a culpa é da (prima mais velha) e essa mulher não vai deixar mais ela comer’. E eu falei: ‘Como é que é? Quem não vai deixar ela comer?’. Eles ficaram olhando um para a cara do outro, desconversaram e saíram”, continuou a mãe.
Segundo o depoimento da filha mais velha, Marlúcia teria filmado partes íntimas da irmã mais nova. "Ela começou a introduzir objetos na vagina, a tocar nas nossas genitálias. Ela não tinha esse hábito” disse a mãe a reportagem.
O caso foi denunciado ao Conselho Tutelar de Buritizal e, atualmente, está sob investigação do Ministério Público de São Paulo, com acompanhamento da 2ª Promotoria de Justiça de Igarapava.
“Inicialmente ela nega as acusações, diz que isso foi uma retaliação por ela ter parado de contribuir financeiramente na casa. O que não faz o menor sentido. Ela é que foi morar lá. Em contrapartida, cuidou das meninas enquanto trabalhava. Não faz sentido essa versão dela”, disse o advogado das supostas vítimas, Wellington Santos.
Após as conversas com as filhas, a mãe decidiu expulsar Marluce de casa, mas antes disso acionou o Conselho Tutelar da cidade e ligou para a filha da suspeita. No telefone, a mulher descobriu que Marlúcia estava foragida e foi incentivada pela filha a denunciar o paradeiro dela.
“Liguei para a filha dela e falei: 'busque a tua mãe aqui'. A filha dela mandou eu chamar a polícia. Disse que Marlúcia estava foragida, que o próprio marido já havia denunciado e que eu deveria chamar a polícia. Fui até a praça, conversei com um amigo policial. Eles foram até onde ela estava e a conduziram para a delegacia. Ela foi presa porque eu denunciei.”
Atualmente, Marlúcia cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, após decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes.
Bolsonarista raiz
Conhecida por organizar caravanas bolsonaristas até Brasília, Marlúcia Ramiro morava em Guarulhos e mantinha perfis ativos em redes sociais até 2022. Ela estava entre os militantes que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. Ela foi condenada por tentativa de golpe de Estado, associação criminosa armada e depredação do patrimônio público.
Apesar do pedido da defesa, ela permaneceu presa no Complexo Penal de Pirajuí (SP) até abril de 2024, quando passou ao regime domiciliar. Mesmo assim, deve seguir regras rígidas, como uso de tornozeleira, proibição de redes sociais e limitação de visitas. Ainda não há data para a sentença final do caso de Marluce.
A identidade da família das vítimas está sendo preservada. O processo segue sob sigilo, mas, segundo o Globo, novos elementos surgiram recentemente, o que levou o Ministério Público a ampliar o escopo da investigação. O celular de Marlúcia poderá ser apreendido para análise de possíveis provas.
Comentários
7 Comentários
-
José 26/06/2025Típica cidadã de bem, conservadora e cristã que a direita prega.
-
Adilson 26/06/2025Isso é bolsonarismo , ainda tem gente que apoia essa turminha
-
José 26/06/2025Mais uma cidadã de bem e defensora da família!!!!
-
Botta 25/06/2025Mais bolsominion impossível. Vai ser hipócrita lá em Brasília. Deus, pátria, e família? Tem que ser muito otário pra acreditar nessa laia.
-
Valeska 25/06/2025não falha um esses são os anjos que se dizem Deus,Pátria e família, quando se deparar com qualquer homem ou mulher defendendo Jair Bolsonaro é só puxar a cativaram que acha
-
FERNANDO 25/06/2025esse é o nipe de pessoas bolsonaristas/extremistas. Por mais q tentem convencer q no 08/01 só tinha trabalhador, vemos q tinha mais bandidos do q gente honesta. Sem anistia, prisão para a turma de cima já
-
Firmino 25/06/2025NÃO FALHA UM......