Juliana morreu fazendo o que mais gostava, diz pai

Manoel Marins, pai de Juliana Marins, 26, turista brasileira que morreu após ficar quatro dias presa em um penhasco na subida de um vulcão na Indonésia, usou o Instagram para homenageá-la.
Manoel falou da personalidade da filha e afirmou que conforta o coração saber que ela partiu fazendo o que mais gostava.
"Ah, Juju, minha linda, meu tesouro, minha filha, meu amor. Você sempre foi muito especial. Sapeca, inquieta, de sorriso lindo e uma imensa vontade de viver intensamente. Sempre preocupada comigo e com a Estela. Dizia que iria cuidar de nós na nossa velhice, embora eu lhe dissesse que isso não era necessário, que você deveria viver a sua vida", lembrou.
O pai afirmou que ela disse que faria o mochilão enquanto ainda era jovem, não quis ajuda financeira da família e viajou com o dinheiro fruto do próprio trabalho.
"E como você estava feliz realizando esse sonho. E como nós ficamos felizes com a sua felicidade. Você se foi fazendo o que mais gostava e isso conforta um pouco o nosso coração", afirmou Manoel.
Ele disse que a presença da filha ficará em tudo.
"Fica a sua presença em nossa casa, no seu quarto, no seu lugar preferido no sofá da sala. Fica a sua presença marcante na vida de quem teve o privilégio de te conhecer e de conviver contigo. E, especialmente, no meu coração, no da sua mãe e no da sua irmã", afirmou.
"Voa, Juju, voa. Voa para os braços do Pai Eterno que lhe aguarda para te guardar para sempre nos seus braços de amor infinito. E aqui ficaremos, na certeza de nos reencontrarmos um dia e fazer aquele voo de parapente que estávamos programando para o seu aniversário. Lá no céu, o bom Deus há de nos proporcionar isso. Daqueles que sempre te amaram: papi, mami e Mari", concluiu.
O corpo da turista brasileira foi resgatado do penhasco nesta quarta-feira (25).
Juliana havia caído no local na sexta-feira (20) enquanto fazia uma trilha para alcançar o cume de um vulcão no Monte Rinjani.
Ela foi localizada com vida, mas o resgate só a alcançou nesta terça-feira (24), quando já estava morta.
"Felizmente, graças a Deus, a equipe conjunta da SAR finalmente conseguiu resgatar Juliana de Souza Pereira Marins", informou o perfil da polícia local.
Segundo o órgão, o corpo será levado para o Hospital Bhayangkara Polda NTB.
"Esta missão é uma prova da sinergia e dureza da equipa SAR indonésia. Obrigado à comunidade pelas orações e apoio. Que este evento seja um lembrete da importância da vigilância para desfrutar da natureza", publicou o órgão.
O drama começou na sexta-feira (20), depois de Juliana cair durante a trilha que fazia para chegar até o cume do vulcão, na ilha de Lombok. Segundo a família, ela teria relatado que estava cansada durante o trajeto ?que levaria três dias?, e o guia teria dito para ela descansar enquanto o grupo seguiu caminhando. Sozinha, a brasileira teria caído em um local íngreme, de difícil acesso.
As equipes de busca foram reforçadas após as críticas da família. Os governos da Indonésia e do Brasil se mobilizaram e anunciaram ações para tentar salvar a turista. O resgate gerou comoção nas redes sociais.
Apenas nesta segunda-feira (23), Juliana foi localizada com ajuda de um drone térmico. Ela estava presa em um penhasco rochoso e visualmente imóvel, de acordo com a direção do parque onde fica a trilha. O local era de difícil acesso tanto para alpinistas quanto por helicóptero, e as buscas tiveram de ser paralisadas diversas vezes por conta do tempo ruim.