Estarrecedor como a classe política hoje no poder em Bauru encontra as soluções para resolver os problemas de Bauru. No que possuem relação com a natureza, são todos abomináveis.
Uma semana atrás, Jurandir Posca, secretário do Desenvolvimento Econômico, entrevistado pela 94FM, quando perguntado se tinha problemas pela falta de tratamento de esgoto junto a empresários querendo se instalar em Bauru, foi taxativo. "Quase nenhum neste sentido. Tenho com os impedimentos de instalação nas áreas preservadas do cerrado", disse.
Disse mais, que empreende luta para vergar essas limitações. Ou seja, não está nem aí para os problemas climáticos causados pela devastação do que ainda resta de natureza preservada. A solução, para ele, é devastar, devastar e sem cerrado, ampliar as chaminés. Nem pensa em outra hipótese. Essa a postura do predador.
Num outro lamentável episódio, a Câmara de Vereadores aprova a empréstimos de 40 milhões ao DAE, atendendo imposição da alcaide Suéllen Rosim, sem nenhum projeto viável e sólido para resolver a questão da fata d'água na cidade. A solução destes é a já ocorrendo: perfurar desmedidamente o solo e buscar água nos aquíferos debaixo do solo bauruense.
Essa descontrolada perfuração já demonstrou estar ocorrendo sem critérios, com muitos destes poços já sem conseguir sugar água. Sem estudo sério, estão atrás de dinheiro fácil, soluções fajutas, enquanto toda água proveniente das chuvas - que são muitas -, continuam sendo desperdiçadas e não armazenadas. Gente despreparada e atuando no desrespeito à legislação vigente.
Isso se deve a degradação da mentalidade preservacionista, uma que ainda sustenta o planeta, mesmo com o nível atual de sua dilapidação. Enquanto persistir ações deste tipo, sem nenhum embasamento técnico, tudo somente para atender interesses econômicos, o mundo seguirá seu caminho de destruição. Em Bauru só mais um capítulo do que se vê em prática mundo afora. Existir uma proposta diferenciada, buscando outra alternativa, nem pensar.
O imediatismo dos que se apresentam como representantes do neoliberalismo e fundamentalismo, são todos perversos e acelerando a destruição da natureza. Daí, quando pipocam catástrofes, pior que tudo, estes mesmos fingem desconhecê-las e não possuir culpa nenhuma. Estamos no "mato e sem cachorro".