Tanto homens como mulheres integrantes da geração X (44 a 59 anos) às portas da tão esperada ou inoportuna aposentadoria e que, independentemente de querer ou não, entrarão em uma nova fase da vida humana, inquestionável tempo determinado para todos antes da partida quando se leva na bagagem tão somente o que se fez de bem neste mundo que ficará para trás. Lembro- me de quando estava prestes a me aposentar há quatro décadas e meia, da preocupação de meus filhos ao me questionarem: o que o senhor vai fazer agora que vai se aposentar? Ficar em casa assistindo à televisão? Quando respondi: estou preparado, pois já comprei uma vassoura para varrer a calçada, essa nobre atividade tão comum aos aposentados. E eles altamente preocupados, responderam: de jeito nenhum, não acreditamos porque o senhor não é homem para isso. E acertaram.
Os ilustres e prezados leitores deverão estar especulando o que eu fiz nestes quarenta e cinco anos pós aposentadoria e eu respondo: fiz de tudo sendo impossível relacionar, porém, sintetizo em duas palavras. Apenas não parei assim como insto àqueles que já se aposentaram ou que estão prestes: não parem! Não se acomodem. Obviamente dentro do que lhes é possível física e mentalmente. Frequentem uma academia ou façam exercícios naquela ao ar livre da praça mais próxima de sua casa.
Caminhem diariamente ou alguns dias por semana a sós ou acompanhados, preferencialmente de manhã ou bem de tarde. Caminhem interagindo com as pessoas, sem fazer leitura do celular observando o chão para não tropeçar e cair, sem os ouvidos tapados ouvindo música com aparelho, para que possam responder e cumprimentar as pessoas e, principalmente, aos jovens desejando cordial e alegremente "bom dia", "boa tarde" ou um simples "oi".
Não caminhem com cara amarrada. Viagem bastante visitando lugares aprazíveis, amigos e parentes. Não tenham preguiça. Não parem física, mental e espiritualmente. Não limitem as leituras apenas ao jornal diário, mas leiam também livros e revistas, assistam a programas culturais e na tv não vejam lixo ou más notícias mas somente o que for bom. Telefonem aos parentes e amigos, pois o ouvir de uma voz tem mais efeito e amor do que uma mensagem pelo WhatsApp. Participem de grupos de idosos como a UATI e outros que existem.
Procurem trabalhar como voluntários em entidades beneficentes e culturais. Como vocês já criaram os seus filhos, não parem em casa. Saiam, conversem com os vizinhos. Aprendam a dançar, Entrem em um clube de idosos.
Aproveitando, informo que em outubro passado renovei por mais um ano a minha carta de motorista. E qual o fato que me dá segurança para abordar este complexo tema de terceira ou quarta idade que ninguém consegue deter e postergar? Não é a minha vida de acadêmico ou confrade na Academia Bauruense de Letras onde ocupo a cadeira 29, mas a cátedra 94 da minha vida.
Caros leitores, vivemos em um tempo maravilhoso em termos de comunicação; o mundo ficou pequeno, aqueles que têm filhos morando no exterior que o confirmem; lembro-me do telefone de manivela quando uma ligação para parente em outra cidade demorava duas, três horas. Posteriormente quando falava com minha filha em Minneapolis por telefone em ligação internacional com duração de dois ou tres minutos devido ao alto preço a pagar.
Maravilhas em comunicação virão proximamente que nos causarão assombros como também àqueles que nos sucederem. Porém essa maravilha poderá modificar o homem levando-o à solidão, ao isolamento social com sérias complicações mentais.
Prezados leitores certamente concordarão comigo de que, em determinadas ocasiões é muito mais importante aqueles que estão próximos, perto, do que os amados distantes, muito embora os amem. Enfim, eu, você, nós precisamos e devemos amar o próximo.
Este recado é também aos que ultrapassaram a geração X.
Bom dia. Boa tarde. Boa noite.