BAURU

Em expansão, HC abre novos leitos e projeta funcionamento pleno

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
André Fleury Moraes
Novo diretor do HC Bauru, médico Júlio Alencar é também professor da Faculdade de Medicina da USP
Novo diretor do HC Bauru, médico Júlio Alencar é também professor da Faculdade de Medicina da USP

"Você é um artista. Meus parabéns", disse o médico Júlio Alencar a uma criança que pintava um quadro na sala de recreação do Hospital das Clínicas (HC) de Bauru. O garoto passaria por cirurgia horas depois - o cômodo, com brinquedos e jogos, ajuda a retirar dos pequenos o medo ou a ansiedade do procedimento.

Especialista em urgência e emergência, Júlio perde as contas de quantas voltas dá pela unidade diariamente. O "sobe e desce" no elevador se tornou rotina ao médico que desde janeiro deste ano é também diretor do HC. Seu desafio? Dar ao hospital o pleno funcionamento com o qual Bauru sempre sonhou - algo que até três anos atrás parecia impossível.

Júlio já atuava como professor da Faculdade de Medicina da USP antes de assumir o HC. Viu de perto a abertura do hospital e os planos do governo estadual para reativá-lo. São três fases de investimento do Palácio dos Bandeirantes: duas com R$ 30 milhões e outra com R$ 20 milhões. Atualmente o complexo do HC (unidades clínicas e Centrinho) já conta com 134 leitos.

A projeção para o segundo semestre do ano que vem é de 164 leitos. Depois vem o desafio final: garantir o funcionamento dos 272 leitos previstos para a unidade.

O novo diretor do HC recebeu a reportagem na unidade hospitalar na tarde de sexta-feira (21). Se antes era um prédio vazio, agora já é possível constatar um vaivém de pacientes, médicos, enfermeiros e colaboradores em geral pelos corredores do prédio. "É a história sendo feita", orgulha-se Júlio.

O segundo andar do hospital, por exemplo, ganhou um ambulatorial que abriga 19 especialidades médicas que vão desde cirurgias torácicas a áreas como nefrologia ou cardiologia. Ainda passará por reforma para ampliar salas de atendimento clínico.

O terceiro piso, em obras, abrigará nada menos do que um local para endoscopia, colonoscopia e um centro projetado para hemodiálise - plano ainda para o futuro, destaca o HC.

No andar logo acima, por sua vez, está a enfermaria pediátrica, que até dois anos atrás não existia e hoje já conta com 20 leitos. O quantitativo ainda deve crescer nos próximos exercícios.

Todos os 40 leitos de enfermaria adulta situados no quinto e no sexto andar também não eram realidade - as vagas deste último, por sinal, foram inauguradas em janeiro deste ano.

Se no sétimo piso estão atividades administrativas, o oitavo abriga as Unidades de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica, com 10 leitos, e adulta, com 20 leitos, quatro dos quais abertos de novembro do ano passado até agora. Não bastasse, o HC deve inaugurar outras duas especialidades médicas até maio: ginecologia e endocrinologia pediátrica.

O último - parte do escopo de R$ 30 milhões aportados pelo governo estadual - terá nove salas destinadas a procedimentos cirúrgicos.

As intervenções nos andares ainda em reforma ocorrem durante o funcionamento do hospital - um desafio que exige respeito a uma série de normas técnicas, destaca Júlio, que evitam problemas na unidade.

"Muitas vezes um elevador fica destinado somente às obras, por exemplo. Não é qualquer empresa que faz: tem de ter expertise", afirmou o diretor. A bem da verdade, e o JC constatou isso, nem é possível notar barulhos de furadeiras ou demais ações na unidade.

Não é um ambiente a que Júlio não esteja habituado. O diretor do hospital em Bauru veio de São Paulo, onde também atuou no HC da USP. Mas tem uma tarefa diferente: na Capital, trabalhava com otimização de processos hospitalares; em Bauru, tem o desafio de planejar a unidade "do zero".

É uma atividade diferente, mais trabalhosa. No entanto, diz Júlio, nada supera "a felicidade de ver o primeiro paciente saindo do primeiro atendimento feito por uma ala recém-inaugurada".

Takemi Fugiwara, Sheila Garcia, Júlio Alencar e Márcia Almendros, na sala de recreação, espaço utilizado por crianças antes de procedimentos cirúrgicos
Takemi Fugiwara, Sheila Garcia, Júlio Alencar e Márcia Almendros, na sala de recreação, espaço utilizado por crianças antes de procedimentos cirúrgicos

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