A Prefeitura de Taubaté disponibilizou as imagens das câmeras de segurança da escola municipal José Sant’Anna de Souza, na Chácara Flórida, para a Polícia Civil, que investiga a morte do menino Bryan Schroll, de 9 anos.
A família teve acesso às imagens e afirmou que elas mostram que o aluno "estava com muita dor". De acordo com a mãe do garoto, Juliana Ceconi, 33 anos, as gravações mostram Bryan "agonizando de dor" e sem receber o cuidado necessário.
“Deu para ver nitidamente pelas imagens que ele estava com dor”, afirmou ela a OVALE. Para a mãe, a escola poderia falhou ao não notar a gravidade do caso (leia aqui).
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Bryan morreu no último dia 8, um dia após passar mal na escola de Taubaté. A família chegou a dizer que suspeita de envenenamento, mas o laudo sobre a causa da morte ainda não foi divulgado.
Um diagnóstico inicial feito sobre o menino aponta “intoxicação por outras substâncias que atuam primariamente sobre o aparelho gastrointestinal”.
Os pais de Bryan registraram um boletim de ocorrência e a Polícia Civil investiga o caso. As câmeras serão essenciais para apurar se Bryan ingeriu algo ou recebeu alguma substância de alguém enquanto estava na escola, antes de começar a passar mal.
A certidão de óbito de Bryan indica que ele teve hemorragia intracraniana (cerebelo) e AVC (Acidente Vascular Cerebral). Foi coletado material para exame toxicológico.
A Prefeitura de Taubaté também informou que a família de Bryan teve acesso a todas as imagens gravadas pelas câmeras no período em que o menino esteve na escola.
Gravações.
Ao ver as imagens, a mãe de Bryan disse que o caso do menino poderia ter um desfecho diferente. “O final poderia ter sido diferente. Acho que a escola demorou a notar ou não deu a gravidade que o caso exigia”, disse a mãe do menino.
Segundo Juliana, o filho foi deixado sentado no pátio da escola, na cadeira da refeição, sem a supervisão de um adulto. “E lá ele ficou. Eles demoraram para me comunicar sobre a dor do Bryan, não deram ênfase na situação. O Bryan não teve o acompanhamento de um adulto em momento nenhum", disse.
Bryan passou mal após o almoço na escola, que é de tempo integral, e a direção avisou a mãe às 15h24, segundo informou Juliana. Após ver as imagens do filho passando mal na escola, ela acha que o aviso deveria ter sido dado mais rapidamente.
“Ele foi para a aula de educação física e o coleguinha da sala falou que ele chegou avisando que estava com dor de cabeça. Ele disse que meu filho não caiu, mas falou para o professor que estava com dor”, contou a mãe.
O filho não foi dispensado da aula e, depois da educação física, segundo Juliana, Bryan saiu “escorando no alambrado da quadra, agonizando de dor”. “Deu para ver nitidamente pelas imagens que ele estava com dor”.
“Eu nunca vi aquela cena do meu filho daquela forma, porque ele já teve dor como toda criança, de cabeça, de ouvido. É uma criança saudável, fazia esportes, era alegre e feliz, mas também ficava doente. É normal. Mas naquele momento, se eu tivesse visto, ele não estava brincando. Ele estava com muita dor”, disse a mãe.
Roteiro.
O menino passou mal na sexta-feira (7) e a escola chamou os pais. Ele foi levado para a casa, não melhorou e foi encaminhado à UPA do Cecap. O quadro agravou e Bryan foi transferido de ambulância para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) pediátrica do HMUT (Hospital Municipal Universitário de Taubaté). Durante o atendimento, a criança não resistiu e morreu às 3h30 de sábado.
A mãe do menino suspeita que o filho possa ter sido envenenado. Desde a morte do garoto, ela levanta a hipótese de que ele possa ter recebido algo de alguém ou ingerido alguma substância que o levou ao óbito – o que a análise das câmeras pode confirmar ou não.
“Meu filho sempre foi muito saudável. Na sexta ele estava muito feliz, como sempre. A gente precisa descobrir de onde surgiu isso, porque não aconteceu do nada. Se ele foi envenenado, vamos descobrir”, afirmou a mãe a OVALE dias depois da morte da criança.