
Entre o final de 2024 e o início de 2025, os produtores da região de Araçatuba iniciaram a colheita da safra de soja. Entretanto, a alternância entre períodos de chuva e calor tem impactado negativamente a produtividade.
De acordo com Thomas Rocco, presidente do Siran (Sindicato Rural da Alta Noroeste), a irregularidade climática foi um dos principais obstáculos nesta safra. Ele destaca que chuvas não volumosas e fora do período ideal atrasaram o plantio, resultando em produtividade abaixo do esperado. "Em geral, a safra tem sido marcada por irregularidades. Faltaram chuvas volumosas e dentro do período certo, o que fez com que muitos produtores não colhessem o esperado por hectare", afirma.
Ele destaca que, dentro da mesma propriedade, há produtores colhendo entre 28 e 70 sacas por hectare, evidenciando a disparidade causada pelas condições climáticas adversas. "O atraso no plantio também foi um grande problema. Nossa janela histórica sempre foi entre 15 de outubro e 15 de novembro, mas neste ano, muitos só começaram a plantar no final de novembro e até dezembro, comprometendo o potencial produtivo da lavoura", explica Rocco.
Conab prevê recorde
No estado de São Paulo, a área de cultivo de soja permanece como a maior do estado, com 1,29 milhão de hectares cultivados, conforme o 6º Levantamento de Safra de Grãos 2023/2024 divulgado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Para a safra 2024/2025, a Conab estima um crescimento de 30% na produção de soja no estado, atingindo um novo recorde.
Em âmbito nacional, a produção de soja está estimada em 167,94 milhões de toneladas para a safra 2024/2025, representando um aumento de 13,7% em relação à safra anterior Contudo, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) reduziu recentemente sua previsão para 170,9 milhões de toneladas, refletindo preocupações com as condições climáticas.