TEMPORAL EM BAURU

Motorista arrisca a vida para resgatar família ilhada; VÍDEO

Por | da Redação
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Arquivo pessoal
Wanderson Francisco Melo Figueiredo, já socorrido pelo Corpo de Bombeiros, na noite de sábado
Wanderson Francisco Melo Figueiredo, já socorrido pelo Corpo de Bombeiros, na noite de sábado

Instinto paterno. Com esse estímulo, Wanderson Francisco Melo Figueiredo, 46 anos, enfrentou a enxurrada da avenida Nações Unidas para ajudar a família que ficou ilhada, depois do temporal deste sábado (15). Durante o salvamento, ele quebrou o tornozelo, rompeu dois ligamentos e agora aguarda no Pronto-Socorro Central (PSC) vaga no Hospital de Base, onde fará cirurgia.

Motorista do transporte público, Wanderson tem quatro filhos, sendo um deles da mesma idade de Luís Felipe, o garoto de 12 anos que ficou ilhado com a família e se agarrou no para-choque do Ômega do avô até que o socorro chegasse, enquanto o tio e a tia grávida também o seguravam para que ele não fosse levado pela correnteza.

A cena de desespero tocou o motorista e a esposa dele, que estavam em um mercado próximo fazendo pequenas compras. Ao saírem do estabelecimento, ouviram uma gritaria. Era a família pedindo ajuda. “Eu falei para meu marido que tinha criança. Ele foi. É o jeito dele, sempre foi assim”, comenta Amile Karoline do Prado, 41 anos, esposa do motorista e orgulhosa do feito do marido.

No caminho até a família ilhada, Wanderson foi levado pela força da água e machucou o pé. Ainda assim, com muita dor, pegou uma corda que o tio do garoto tinha no carro e a amarrou na grade de uma locadora de veículos para que pudesse salvar o menino, já envolto pela mesma corda.

“Quando cheguei perto do tio, ele me disse que já não tinha mais forças. Mas pedi para ele segurar um pouco mais”, relembra Wanderson, que mora com a família no Beija Flor.

O motorista acrescenta que, inicialmente, não imaginou que pudesse correr grandes riscos ao entrar na enxurrada para ajudá-los porque a lâmina de água parecia pequena. “Acho que foi excesso de confiança. Foi uma lição. Mas se eu não tivesse me arriscado, o menino poderia ter morrido. Ele também não aguentava mais segurar”, diz.

Luís Felipe estava apenas com o rosto para fora d’água e o corpo sob o carro da família, que parou de funcionar quando foram atravessar a avenida, depois do temporal. Foi resgatado até sem as vestes, levadas pela forte correnteza.

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