Leio no JCNET desta sexta que a Prefeitura de Bauru está encaminhando à Câmara uma proposta para aprovação de um empréstimo de R$ 40 milhões para a instalação de um complexo de poços e reservatórios na região de Val de Palmas, zona Norte de Bauru e onde o aquífero Guarani é mais profundo.
O motivo é justo, necessário e urgente, algumas regiões de Bauru sofrem demais com esse problema, só que o sofrimento vem de longe, esperar um pouco mais utilizando recursos próprios pode dar certo e ser menos oneroso ao município.
Me desculpem a sra. Prefeita e o sr. presidente do DAE, entendo o problema, mas discordo da necessidade desse ou de qualquer outro projeto, seja em qualquer cidade, ser executado através de empréstimo bancário.
A intenção pode ser boa, mas a maneira, na minha modesta opinião, é ruim. Bauru já passou por essa situação anteriormente e todos sabemos no que deu: ficamos "pendurados" por anos e anos para pagamento de dívidas para uma obra, que a bem da verdade poderia ter sido "tocada" mais devagar sem necessidade de endividar a cidade, afinal, "quem já foi picado por cobra tem medo até de borracha d'agua".
Um político das antigas, não me recordo o nome, disse sabiamente que "tocar obras com dinheiro é fácil, difícil é fazer com poucos recursos".
Se existe necessidade de uma obra, é importante que o administrador procure meios para concretizá-la, seja com projetos consistentes tentando recursos através de emendas parlamentares, dinheiro a fundo perdido das instâncias superiores ou "apertando o cinto e queimando gorduras".
Felizmente, o nosso relacionamento com os governos Estadual e Federal é ótimo, e isso é mérito da prefeita.
Será que não conseguiríamos esse valor a custo zero? O "velho deitado" já dizia: "Para ferrar um pobre basta lhe oferecer um empréstimo".
Um dinheiro com juros resolve o hoje, mas a pergunta de um milhão é: o amanhã, será melhor?
Dificilmente. Os juros altos acabam com qualquer um, tanto para o cidadão comum como para o Poder Público.
Fica a reflexão: R$ 40 milhões para um orçamento de uma cidade do nosso porte é "uma gota d'água no oceano financeiro", basta apertar um pouco que esse valor aparece.