O Brasil é um país de micro e pequenos empreendedores. São eles que movem a economia, geram empregos e sustentam boa parte das famílias brasileiras. Mas basta uma análise rápida dos dados mais recentes para percebermos que essa parcela essencial do país continua enfrentando desafios desproporcionais.
O Índice SumUp do Microempreendedor (ISM) de janeiro de 2025 escancara essa realidade: uma queda de 22,30% nas vendas em relação a dezembro de 2024 e um recuo mais sutil, mas ainda preocupante, de 2,10% na comparação com janeiro do ano anterior.
Sabemos que a virada do ano traz um freio no consumo. Após o fôlego das compras de fim de ano, o brasileiro se vê às voltas com tributos como IPTU e IPVA, além dos gastos com material escolar. Mas a grande questão é: até quando esse ciclo de altos e baixos continuará punindo os pequenos negócios, enquanto os grandes grupos econômicos têm fôlego para atravessar esse período sem grandes turbulências?
Os números de Minas Gerais mostram um quadro ligeiramente menos preocupante, com uma queda de 4,23% em relação a dezembro, mas um crescimento tímido de 0,89% na comparação com janeiro do ano passado. O estado, um dos pilares da economia nacional, reflete o dilema dos pequenos empreendedores em todo o Brasil: muita luta para manter-se de pé e pouca estrutura para garantir crescimento sustentável.
O que falta? Política pública eficiente, crédito acessível e menos burocracia. Pequenos empreendedores não precisam de esmolas ou paliativos, mas sim de um ambiente que favoreça seu desenvolvimento. O ISM é um termômetro importante, mas de nada adianta ter a febre medida se o tratamento continua sendo negligenciado.
O Brasil precisa aprender a valorizar seus verdadeiros motores econômicos antes que a roda pare de girar de vez.