OPINIÃO

No caminho certo

Por Prof Joaquim Eliseo Mendes |
| Tempo de leitura: 3 min
Membro efetivo da ABLETRAS - cad 29

Em sua edição do dia 8/2, o JC publicou oportuníssima reportagem sobre a reunião realizada no dia anterior entre os prefeitos Suéllen Rosim, a anfitriã, Rafael Lima, de Agudos, e Sandro Bola, de Piratininga, com o fim de discutirem a crítica situação do rio Batalha, responsável total ou parcialmente pelo abastecimento das respectivas cidades. A pauta versou sobre os problemas desse sistema que ocorrem principalmente em Bauru e que certamente deverão também afetar os citados municípios vizinhos como também outros.

Amadurecida iniciativa na preservação conjunta do rio Batalha e de outras pequenas nascentes porque a escassez gradativa da água deve constituir uma preocupação para com o futuro porque será um seríssimo problema não só para Bauru mas também aos citados vizinhos. Tal fato reportou-me ao artigo "O que eu espero do ano 2025", que escrevi para a Revista JÁ a pedido de seu redator chefe.

"Que ela, a moça prefeita Suéllen, pense longe e grande em todos os sentidos. Pense na constituição de um bloco de municípios com fins e objetivos comuns, Bauru, Agudos, Piratininga e Avaí deixando o desejo egoísta de lado e lembrando sempre de que o que é bom para o município de Bauru também o é para todos e Bauru principalmente". E a recíproca é verdadeira.

Embora eu não seja um especialista na área, entendo que por mais que se cuide e defenda o Batalha e outras nascentes como o trabalho contínuo, maravilhoso e digno de elogios que vem sendo desenvolvido por ONGS, dificilmente conseguir-se-á engrossar o seu porte ou curso transformando-o em um caudaloso rio com capacidade para abastecer as cidades desta região demográfica.

Apesar, como escrevi anteriormente, de não ser a minha área de atividades, um estudioso e especialista, mas somente um leitor que procura acompanhar as mudanças que ocorreram e que ocorrerão tendo em vista as impostergáveis necessidades do futuro, entendo que a ocasional solução deste seríssimo problema -a futura falta do precioso líquido que vem assolando muitos países e povos tem que ser, neste caso regional, trazê-lo do maior curso de água que está bem perto de Bauru, o rio Tietê, distante 30 km. Assim como já vem fazendo S, José do Rio Preto e Ribeirão com vistas no Rio Grande. Estou certo de que alguns leitores julgam esta colocação ou ideia como fantasiosa e impraticável; respeito esse direito e concepção porém lembro-lhes do gasoduto Bolívia-Brasil construído há duas décadas, inicialmente com 2.000 km ligando a Paulínia e, após levado até São Paulo e litoral. Nunca apresentou problemas a não ser furtos de gás e, quando viajava vendendo os meus livros sentia indescritível sensação quando cruzava sobre o mesmo nas proximidades da Via Anhanguera.

Rio Tietê- Pederneiras-Bauru: 30km, ligação pela ótima rodovia "Comandante João Ribeiro de Barros", um leito já preparado para o aqueduto pelo qual circulará a água. Um mesmo aqueduto que se tivesse sido construído na transposição do Rio São Francisco em vez de canais abertos teria dado mais certo de como está atualmente. Lembremo-nos do que os egípcios fizeram em abastecimento 2000 anos AC. É óbvio de que este possível e inadiável projeto não poderá ser desenvolvido pelos municípios mesmo conjuntamente; mas sim com o envolvimento dos Governo do Estado e Federal.

Não é obra para um governo municipal, a ideia sim, ficando marcada no mandato do Prefeita. Concluindo, fantasia, impraticável, seus custos, tempo que levará e a outros argumentos negativos que certamente aparecerão contraponho-me lembrando a temperatura do planeta Terra, nossa casa, que está subindo a cada ano e a reportagem publicada "Consumo de água cresce em 750 milhões de litros/ano em Bauru" (JC 22/2), assim como as incertas ocorrências climáticas que estão aparecendo atingindo a todos não somente no Brasil mas em todo o mundo.

Que se pense longe mas alguém tem que tomar a iniciativa, que lidere. E ninguém melhor do que a dinâmica prefeita de Bauru que vive e se preocupa com o presente também pensando no futuro.

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