Nossa democracia é representativa e o poder é dividido em três esferas. Elegemos diretamente o Executivo, contribuímos para eleger o Legislativo, com votos na legenda e por meio do quociente eleitoral, e delegamos aos outros dois poderes a composição do Judiciário.
Novamente vem à tona os altos salários que são pagos a esses representantes e aos que ocupam as estruturas governamentais necessárias para que um país funcione. O Judiciário se destaca e a característica de ser comprovadamente mais caro se arrasta aos servidores dos demais poderes, injustamente.
Assim, são interessantes os argumentos de defesa de classe do desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Ricardo Pessoa de Mello Belli, ainda que eivados de sofismas quando justifica tais salários, chamando de fake news o que estão divulgando como denúncia. Se há um limite constitucional para recebimento de proventos por parte dos servidores públicos, qualquer um que ganhe acima desse teto está descumprindo o estamento legal. E não são poucos os juízes e outros membros do Judiciário que têm seus já altos salários acrescidos de polpudos penduricalhos, incluindo magistrados em início de carreira.
As justificativas são, sim, subterfúgios para a ilegalidade, ou porque a Carta Magna está sumariamente sendo desrespeitada, ou porque foram criados dispositivos infraconstitucionais com tais permissões.
Os doutos senhores da lei deveriam saber o que estão fazendo. Mas não são infalíveis. De qualquer forma, não são fake news, são fatos que precisam ser urgentemente corrigidos.