Morreu neste domingo (1), na cidade de São Paulo, o padre jesuíta Casimiro Abdon Irala Arguello, 88 anos, fundador do Grupo Oração pela Arte (OPA) e grande incentivador de encontros de jovens em Bauru, onde promoveu inúmeras ações ao longo das últimas décadas.
O religioso estava internado no Hospital Santa Catarina, na Capital, em “grave situação de saúde”, informou o Grupo OPA em nota. “Ele deixa um legado importante na música e liturgia católica, responsável pela reforma nos cantos litúrgicos e na metodologia de evangelização de jovens no País”, informa o texto.
Conhecido pelas missas irreverentes que celebrou Brasil afora, padre Irala esteve em Bauru pela primeira vez em 1972 para ministrar o Treinamento de Liderança Musical, projeto do qual é cofundador junto com o padre Harold Joseph Rahm, também jesuíta. Na mesma época, na Diocese de Bauru, foi um grande incentivador do Movimento Escalada, cujo principal objetivo é transmitir valores cristãos aos jovens para que tenham consciência de seu papel no mundo.
Mais recentemente, em 2023, em parceria com o bauruense Nelson Ramos, compôs a canção "Nossa Senhora de Fátima - Bauru", em homenagem aos 50 anos do Santuário Nossa Senhora de Fátima, à santa e aos portugueses que construíram o templo. O religioso também é autor de uma das músicas mais consagradas no meio católico, a “Oração de São Francisco de Assis”, de 1968, que fez parte da trilha sonora da novela "Velho Chico", da Rede Globo em 2016 e foi interpretada por personalidades como Fagner, Ana Carolina, padre Fábio de Melo e padre Marcelo Rossi.
“Ele deixa um legado musical e de evangelização por meio da arte, influenciando toda uma geração de padres. Em Bauru, promoveu diversos encontros, incentivando grupos de jovens”, destaca padre Marcos Pavan, pároco da Paróquia São Cristóvão, revelando que seu último encontro com o jesuíta na cidade ocorreu em 2020, por ocasião da comemoração dos 50 anos do grupo de jovens da Catedral do Divino Espírito Santo. “Sem dúvidas, ele deixa muitos amigos aqui”.
Nascido na capital do Paraguai, em Assunção, padre Irala chegou ao Brasil em 1966, quando tinha 30 anos, e escolheu São Leopoldo (RS) para estudar teologia. Em entrevista concedida ao JCNET em 2006, ele contou que a vontade de ser sacerdote existia desde sua adolescência, quando, aos 13 anos, tornou-se coroinha.
“Eu levantava cedo para ajudar os padres na missa. Lembro que comprei um missal, inclusive, para participar das celebrações. Comecei a me fascinar pelas mensagens de Jesus através de minhas próprias leituras da missa. E a missa foi, na verdade, o que me chamou para o sacerdócio”, relembrou.
Seguindo uma linha cultural, com muita arte, descontração, música e expressão corporal entre os fiéis nas missas que celebrava, ele arrebatou a juventude, a quem aconselhou, amparou, encorajou e alegrou por onde passou. Também é autor de livros e, em 1976, fundou o OPA, grupo que busca exercitar a “comunicação de Deus, que é a graça” por meio de manifestações artísticas como música, poesia e dança.
O corpo de padre Irala será velado a partir de 9h desta segunda-feira (2) na capela da Casa Nossa Senhora da Estrada, na rua Divinópolis, 545, Vila Brasilina, São Paulo. O sepultamento será às 17h no Cemitério Santíssimo Sacramento, na avenida Doutor Arnaldo, 1.200, Sumaré, São Paulo.
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