Os dentes humanos não são brancos, a não ser os artificiais. Os dentes são naturalmente amarelados com vários tons diferentes, às vezes mais claros ou mais escuros.
Quem dá cor aos dentes é a dentina, um tecido rico em mineral, mas rico também em componente orgânico e proteico, além de água, o que lhe dá uma certa maleabilidade. A dentina têm muitos prolongamentos de células da polpa que ficam em milhões de túbulos, pelos quais circula o “fluido dentinário”. Este “sangue” dentinário vai e vem do esmalte até a polpa, fazendo trocas iônicas e drenagem de produtos.
A dentina é naturalmente amarelada com tonalidades diferentes. As substâncias que dão cor aos componentes da natureza e aos produtos artificiais, são chamadas de “pigmentos”. Na pele e cabelos, a cor é dada pelo pigmento melanina, no sangue o vermelho é da hemoglobina. Tem cor, tem pigmento!
Quem dá cor aos dentes é a dentina, mas quem da cor à dentina? Qual é o pigmento da dentina? Não sabemos, apesar da tecnologia incrível a disposição para se determinar qual é essa substância que atua como o pigmento dos dentes! E o clareamento não muda o tom do amarelo dos dentes? Claro que sim, as vezes deixando-os até “branqueados” quando ocorre uma perda de mineral que os opacificam por um bom período, não deixando a luz penetrar como originalmente.
TRANSLUZENTE
Transparente é aquele que a luz atravessa e se observa nitidamente o que está acontecendo do outro lado, como os vidros de um modo geral. O esmalte, apesar de ser altamente cristalizado com mais de 95% de seus componentes minerais, não é transparente.
O esmalte dentário é transluzente, pois quando a luz entra na sua estrutura muda sua direção e velocidade ao passar por ele, mas sem transparência e sim com transluscência. Poderia se explicar assim: o vidro transparente é diferente do acrílico branco do negatosco?pio usado para ver radiografias: a luz passa por ele, mas não se sabe o que tem abaixo dele, pois é transluzente.
Transluzente é a propriedade do que deixa passar a luz, mas através dos quais não se veem os objetos com nitidez do outro lado. O esmalte é tão cristalino que podemos afirmar que não tem uma cor própria, pois a suposta cor do esmalte advém da dentina por transluscência. Não sabemos qual é o pigmento responsável por isto!
MANCHA BRANCA
Entre os cristais do esmalte circula o líquido adamantino. Eles deixam passar a luz mudando-a de um jeito que o esmalte fica como estamos acostumados a vê-lo. No esmalte normal, a luz sofre um índice de refração igual a 1,62. Refração é a alteração da velocidade da luz pela mudança de meio onde ela vai passar.
Mas se você trocar o líquido adamantino por ar, como acontece quando se desmineraliza o esmalte no início de uma cárie, o índice de refração da luz ao passar pelo esmalte muda para 1, o que gera uma cor branca no local. Essa mancha branca é o primeiro sinal clínico de uma cárie, porque o esmalte deixou de ser transluzente.
O esmalte deixa de ser transluzente e sem cor, como nos acostumamos a vê-lo, quando aplicamos ácidos sobre ele como os das bactérias da cárie, os ácidos usados nas restaurações ou quando se usa os clareadores que são normalmente ácidos. Por isto alguns preferem chamá-los de branqueadores.
REFLEXÃO FINAL
É incrível, não sabemos qual é o pigmento que dá cor à dentina e, em consequência, aos dentes. O esmalte não tem cor e transluz, sem ser transparente, talvez para guardar este segredo da dentina. Assim, o sol transluz por entre as nuvens e a dentina brilha através do esmalte.