Presidente da Câmara de Bauru, o vereador Júnior Rodrigues (PSD), segundo mais votado no domingo (6) com 6.432 votos, afirma que a reeleição da prefeita Suéllen Rosim (PSD) em primeiro turno não surpreendeu e já era esperada ante as pesquisas registradas.
Em conversa com o JC nesta quarta-feira (9), ele também ressalta o trabalho à frente do Legislativo nos últimos dois anos e minimiza os embates entre a Casa e o Executivo e a base governista e a oposição.
Diz, por exemplo, que "conseguimos, através do diálogo, destravar a pauta legislativa" - na época, como mostrou este JC, a pauta foi destravada a partir de uma manobra da base do governo, posteriormente acusada de querer vencer "no tapetão".
Apesar das discrepâncias entre a mais votada ao Legislativo e o Executivo - uma opositora da outra -, Júnior não vê uma Bauru polarizada e diz que reflexo disso é a aprovação do Governo do Estado.
O presidente do Legislativo diz também que não pretende disputar novamente a presidência - ele até poderia pela legislação - e afirma que agora é hora de focar na família e no mandato.
A seguir, os principais trechos da entrevista.
JC - O sr. foi presidente da Câmara no último biênio e isso naturalmente impacta nos afazeres cotidianos. Como foi conciliar isso com campanha?
Júnior - Sem dúvida, o cargo de presidente trouxe uma carga extra de trabalho. A rotina foi intensa, mas sempre estar presente na Câmara logo cedo, despachando com as diretorias e atendendo a população. Graças à colaboração da minha assessoria, consegui equilibrar as agendas da presidência e do meu mandato parlamentar.
JC - O sr. pretende concorrer novamente à Presidência?
Júnior - No momento não está nos meus planos. Quero me dedicar ao mandato e especialmente à minha família. Estou prestes a receber minha segunda filha, Lívia, e desejo dar a devida atenção à minha esposa, Katia, e à minha filha mais velha, Júlia.
JC - Como o sr. avalia o último biênio à frente da Câmara?
Júnior - Foi um período de trabalho intenso e comprometido. Focamos na transparência e no diálogo com a população, enfrentando desafios significativos, especialmente durante a pandemia. Essa experiência ressaltou a importância de um legislativo atuante, capaz de promover leis relevantes e debater questões que fortalecem nossa cidade. Estamos orgulhosos dos avanços que conseguimos realizar.
JC - Houve embates no último ano, sobretudo com relação àquela guerra de Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adin) e a questão da concessão do tratamento de esgoto de Bauru. Isso prejudicou? Passados meses desde essa tensão, como o sr. enxerga hoje?
Júnior - Foi sem dúvida um período de tensão, mas acredito que conseguimos, através do diálogo, destravar a pauta e retomar os trabalhos legislativos. Aquele momento inicial era uma autorização para que o Executivo iniciasse o processo de concessão, que agora está avançando para a fase de licitação. A parceria entre o Legislativo e o Executivo é crucial para o progresso de Bauru.
JC - Como o sr. avalia a campanha eleitoral que passou? E o resultado?
Júnior - A campanha ocorreu dentro da normalidade esperada. A reeleição da prefeita Suéllen no primeiro turno não foi surpreendente, uma vez que pesquisas já indicavam esse cenário. A primeira pesquisa registrada e divulgada por uma emissora de TV, embora contestada por opositores, previu com precisão essa vitória, resultado do bom trabalho e da aprovação da gestão da prefeita. Quanto à minha reeleição, os 6.433 votos recebidos refletem o reconhecimento do meu trabalho ao longo dos últimos três anos e dez meses, bem como a gestão no biênio à frente do Legislativo.
JC - A mais votada para a Câmara é também a maior opositora do Governo. Isso, na sua avaliação, indica uma Bauru polarizada?
Júnior - A oposição é essencial para o processo democrático, permitindo a discussão de temas relevantes para a cidade. Contudo, não considero que Bauru esteja polarizada. As recentes pesquisas mostram que quase 70% da população aprova o Governo Estadual, o que indica uma diversidade de opiniões e um espaço para o diálogo construtivo.