A Bienal do Livro de São Paulo volta a acontecer e a ter protagonismo. O estímulo à leitura deve ser intenso e constante, ainda que haja o embate entre escritores e leitores. Parece que há mais gente querendo escrever dos que efetivamente leem.
Exemplos de bons escritores devem ser dados, levando em conta a época e a situação em que se estamos todos e em que está o leitor, com suas diferentes idades e interesses.
Perguntado sobre qual o autor contemporâneo favorito, elejo Itamar Vieira Júnior, que consegue fazer literatura profunda com riqueza de detalhes de um Brasil ainda não totalmente conhecido na arte escrita.
Seu "Torto Arado" é, até aqui, sua obra mais profunda em que mescla realismo mágico com escrita regional, com ares dos grandes romancistas do meio do século passado, preenchido com profunda crítica social.
Mas começamos a leitura em algum momento e não foi - e nem seria - com a profundidade de Itamar. Recentemente, voltaram a lembra da Coleção Vaga-Lume, um conjunto de livros de aventura para um público infanto-juvenil que atingiu seu ápice de sucesso nos anos 1980.
Com essas publicações recentes, voltei a minha iniciação à leitura, pois comecei com Monteiro Lobato e fui um dos milhares de fãs da Vaga-Lume. Resgataram o trabalho fantástico de Jiro Takahashi como editor na formação do público ledor adolescente, e ficamos à espera do novo livro anunciado de sua autoria, mas ainda pouco explorado nas entrevistas e matérias realizadas.
Será uma obra de memórias? Já há livros que exploram a combinação de videogames com obras literárias, como defendido pelo editor como inovação para cativar mais ainda o público ledor, mas parece que ainda não decolaram.
As ideias de Jiro estão aí para os "empreendedores" do setor. Que aproveitem, pois um dos objetivos da Bienal do Livro de São Paulo agora inaugurada é atrair o leitor jovem.