DISPUTA NA APAE

Embora presidente, Roberto era subordinado a Claudia, diz Deic

Por Bruno Freitas | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução de rede social
Claudia Lobo e Roberto Franceschetti em reunião semanas antes do homicídio
Claudia Lobo e Roberto Franceschetti em reunião semanas antes do homicídio

Embora presidente da Apae Bauru, Roberto Franceschetti Filho era, na verdade, subordinado à secretária-executiva Claudia Regina Lobo, vítima de homicídio no dia 6 de agosto, segundo Cledson do Nascimento, titular 3.ª Delegacia de Homicídios (3.ª DH) da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Bauru. No entanto, com o passar do tempo, a situação começou a mudar. Por isso, muito possivelmente, ela estava tentando tirá-lo da presidência, avalia o delegado. A disputa de poder, de acordo com a Polícia Civil, teria motivado Roberto a planejar e matar a colega, no dia 6 de agosto, após 13 anos de convivência da entidade.

A história da ‘criatura que se volta contra o criador’, inclusive, é destacada por Cledson do Nascimento. Se inicialmente Roberto era subordinado a ela, mesmo na presidência, a situação muda posteriormente, quando ele passa a exercer a função com perfil centralizador. Além de não mais aceitar ordens, se insurge (se revolta) contra ela.

Cledson Nascimento frisa que a tese policial está respaldada na ideia de que Roberto foi colocado na presidência por influência de Claudia para seguir as orientações dela, o que, com o tempo, deixou de ser feito. As publicações nas redes sociais do suspeito também validam esse direcionamento, segundo o delegado, porque Franceschetti passou a se promover individualmente por meio da Apae. “Quando ele toma gosto pelo cargo, inclusive pelos desvios financeiros, Roberto busca eliminá-la, porque Claudia possivelmente estava tentando tirá-lo da presidência”, reitera o delegado.

O titular da Deic acrescenta contar com elementos segundo os quais Claudia tratava Roberto como sua “cria”. “’A criatura se voltou contra o criador’, conforme a gente apurou. E essa disputa de poder é o motivo (do homicídio), até porque, a retirada de valores, ambos faziam isso de comum acordo há certo tempo”, finaliza ele.

DEFESA DE ROBERTO

Em nota enviada pela defesa de Roberto Franceschetti Filho, composta pelos advogados Leandro Pistelli, Vanessa Mangile e Lucas Martins, consta que, apesar da divulgação do resultado do laudo por parte da autoridade policial, ela não teve acesso a esse resultado, ainda não juntado ao inquérito. "Ressaltando que o resultado da perícia dos fragmentos ósseos ainda não está pronto, assim, apesar do resultado de hoje divulgado, não há como confirmar o óbito de Claudia. Por fim, a defesa segue aguardando o julgamento do mérito do Habeas Corpus impetrado ao Tribunal de Justiça de São Paulo", finaliza o texto.

O laudo de confronto genético realizado a partir de material colhido no veículo Spin da Apae aponta que o sangue encontrado no veículo é de Claudia. A informação foi divulgada na manhã desta segunda-feira (16) pelo delegado Cledson do Nascimento, titular da Deic. Roberto Franceschetti Filho, ex-presidente da associação, está preso desde 15 de agosto como o principal suspeito pelo homicídio e ocultação de cadáver da colega de trabalho.

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