QUESTÃO HÍDRICA

DAEE diz que Bracell não tem outorga para captar água do Batalha

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução
Captura de imagem do vídeo gravado por servidor que mostra caminhão da empresa retirando água; DAEE diz que não há outorga
Captura de imagem do vídeo gravado por servidor que mostra caminhão da empresa retirando água; DAEE diz que não há outorga

A gigante de celulose Bracell, com sede em Lençóis Paulista (48 quilômetros de Bauru), não tem autorização para retirar água do leito do Rio Batalha a exemplo do que fez na quinta-feira (8) ao ser flagrada por servidores do Departamento de Água e Esgoto (DAE).

A informação foi repassada à autarquia municipal pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) do Estado de São Paulo, acionado na semana passada pelo próprio governo quando da descoberta sobre a captação potencialmente ilícita.

Em nota encaminhada ao JC na noite de ontem (12), a Bracell voltou a dizer que possui autorização para captar água na região e que suspendeu a captação no Batalha "assim que tomou conhecimento das imagens" e "de forma a contribuir com a questão hídrica local". O racionamento já atinge os bauruenses oficialmente há três meses.

"A Bracell reafirma que cumpre a legislação e regulamentação ambiental e de captação de recursos hídricos. A empresa ressalta ainda que, de forma a contribuir com a questão hídrica local, suspendeu imediatamente as captações próximas ao Rio desde tomou conhecimento das imagens. A empresa segue disponível às autoridades para quaisquer esclarecimentos a respeito do tema", diz a íntegra da nota. A empresa não exibiu o documento.

A denúncia contra a multinacional partiu da prefeitura e será apurada tanto pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) como pelo Ministério Público (MP) de Bauru.

Este primeiro órgão, segundo apurou o JC, vai investigar se a retirada de água daquele local - a nove quilômetros da Estação de Tratamento de Água (ETA) - é ou não regular e se o procedimento envolveu invasão a uma área de preservação ambiental (APP). Já a promotoria vai avaliar eventuais danos ao meio ambiente e possível crime ambiental.

O "flagra" ao caminhão da Bracell foi registrado exatamente no dia em que Bauru completou três meses de racionamento de água. A denúncia às autoridades foi protocolada justamente no dia em que Bauru completou três meses desde o início do racionamento de água àqueles abastecidos pela lagoa de captação do Rio Batalha. O sistema de rodízio começou em 9 de maio e ainda não tem data para acabar.

Mesmo que houvesse outorga à gigante de celulose, disseram integrantes da cúpula do governo ao JC, a administração negociaria o cancelamento da autorização ante o decreto de emergência hídrica que vigora sobre o município.

Na sexta-feira (9), a prefeitura e o DAE chegaram a realizar operação conjunta em estradas rurais de Bauru para averiguar se a Bracell continuava ou não a retirar água do leito do Batalha. Mas nenhum veículo foi visto por ali.

Comentários

1 Comentários

  • ADRIANO A S ANDRADE 23 horas atrás
    São 4anos e nada fizeram e estamos em péssima situação, sem perspectiva de mudança devido a incompetência administrativa desta gestão na prefeitura e de outras passada.