OPINIÃO

O desenvolvimento sustentável das cidades

Por Reinaldo Cafeo |
| Tempo de leitura: 2 min
O autor é diretor regional da Ordem dos Economistas do Brasil

O país como um todo, bem como os estados e em especial os municípios, precisam criar um ambiente de negócios que fomente o empreendedorismo.

Considerando que atividade empresarial é exercida em ambiente de risco, cabe ao setor público mitigá-lo. Uma boa gestão no âmbito municipal, na linha do desenvolvimento econômico e turismo, tem papel crucial no crescimento e na prosperidade de uma cidade.

Há que se investir no planejamento e formulação de políticas que contemplem planos estratégicos nas áreas que fomentem o desenvolvimento da cidade. Neste aspecto é imprescindível que ocorram incentivos ao empreendedorismo, a inovação e a competitividade das organizações.

Em seguida há que se investir em diferenciais competitivos que torne as cidades como destinos atraentes para investidores, empresas e turistas. No caso dos turistas, se faz necessário, quando possível, integrar o turismo de lazer, com o turismo de negócios, além de estimular o envolvimento dos vários atores das áreas envolvidas, como rede hoteleira, bares, restaurantes, transporte, entre outros. No mínimo, o setor público deveria organizar um calendário dinâmico de eventos, dando a devida publicidade e como colocado, envolvendo todo o setor.

É preciso ainda identificar quais são os setores-chave locais, e canalizar energia na direção certa, fortalecendo a vocação da cidade. Para tanto, as Entidades da sociedade civil organizada devem ter voz e vez.

A burocracia tem que ser eliminada com introdução de tecnologia na liberação da alvarás de funcionamento, partindo do princípio de que o empreendedor tem que ter um voto de confiança, portanto, primeiramente libera o empreendimento e depois fiscaliza. As universidades têm papel importante neste processo, garantindo a qualificação da mão-obra, fornecendo estagiários e ainda forjando o capital humano para ganhos em produtividade. Parcerias entre empresas e instituições educacionais são a garantia de que isso seja realidade.

As parcerias público-privadas precisam de um olhar especial no contexto do setor público, que seja vinculado a secretaria de desenvolvimento econômico, para impulsionar os vários vetores de desenvolvimento da cidade.

E não menos importante, é preciso integrar práticas sustentáveis ao desenvolvimento econômico, buscando o equilíbrio entre empreender, levar ao crescimento econômico e atingir o desenvolvimento econômico. A preservação ambiental tem que contemplar todos os aspectos de uma política de desenvolvimento que se sustente ao longo do tempo.

Seminários, palestras, casos de sucesso de empresas e empreendedores que investiram em governança, responsabilidade social e meio ambiente, devem inspirar os empreendedores. O ESG (Environmental, Social and Governance) deve ser a mola mestra para sustentar o crescimento das cidades. O setor público precisa fomentar as discussões em torno do tema.

Cada cidade pode adaptar essas atribuições de acordo com suas necessidades específicas. O sucesso da área de desenvolvimento econômico das cidades, depende da colaboração entre governo, setor privado e comunidade local.

E por fim, não há dúvida que garantir um comando de longa duração, sem excessos de mudanças de quem comanda a área, garante continuidade.

Quando o setor público não faz a lição de casa, tem resultado zero na atração de empresas, não gera emprego, não gera renda e não planeja de maneira sustentada o desenvolvimento local.

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