AO GOVERNO DE BAURU

Oposição vê base omissa e intensifica críticas sem sofrer reações

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
André Fleury Moraes
Integrantes da base do governo e da própria administração cobram postura mais atuantes do líder Miltinho Sardin (PSD)
Integrantes da base do governo e da própria administração cobram postura mais atuantes do líder Miltinho Sardin (PSD)

A base do governo Suéllen Rosim (PSD) na Câmara de Bauru tem assistido atônita às críticas da oposição à prefeita e ao governo municipal, apontamentos que passam sem que sejam rebatidos no parlamento mesmo entre aqueles que, em tese, deveriam defender o Palácio das Cerejeiras, sede da Prefeitura de Bauru.

O estopim, avaliam aliados do governo, ocorreu na sessão desta segunda-feira (1/7). A oposição falou o que quis sobre a administração e especialmente no quesito saúde.

O vereador José Roberto Segalla (União Brasil), como noticiou o JC, chegou a dizer que "ninguém deita no asfalto", em referência aos números extraordinários de investimento no setor em ano eleitoral que não acontecem na mesma proporção nas unidades de saúde.

Nem mesmo diante de uma recém-inaugurada Unidade de Saúde da Família (USF) no bairro Vargem Limpa, que poderia ter sido mencionada para responder eventuais críticas ainda que de maneira mais ponderada, disse, em caráter reservado, um interlocutor do Palácio das Cere jeiras ao JC.

Líder do governo na Casa, o vereador Miltinho Sardin (PSD) não estava na sessão - ele teria passado mal na segunda-feira, segundo apurou o JC -, mas o fato é que nenhum dos vereadores da base se dispôs a contestar as acusações.

O problema, dizem aliados do governo, é que historicamente Sardin nunca entrou nessas divididas, esteja ou não na sessão. Daí a avaliação dos vereadores da base, segundo apurou a reportagem, de que ninguém vai entrar em embate se nem o líder de governo se propõe a isso. Até mesmo integrantes da oposição já admitem que "ficou fácil criticar" porque não há quem rebata dentro do parlamento.

Isso não ocorria, afirmam, quando o vereador Júnior Rodrigues (PSD) era líder do governo na Casa ou mesmo quando Renato Purini (MDB) ocupa uma cadeira e passa a coordenar a articulação dentro do Legislativo. Vereadores ainda relataram sob reserva ao JC que, em conversas privadas, Sardin diz que "ninguém ouve o que a oposição fala" e que a força da prefeita nas urnas supera quaisquer apontamentos.

Colegas do parlamentar não digerem a situação, mas também não contestam. A oposição já vê em Markinho Souza (MDB) um "líder informal" do governo - mas o emedebista só entra em discussões pontuais e rápidas, evitando desgastes maiores. Interlocutores da prefeita Suéllen, por outro lado, evitam críticas a Sardin e dizem que este é o perfil do parlamentar.

Já Miltinho, por sua vez, disse ao JC que "críticas da oposição são normais" e que "estamos em período eleitoral". Afirmou ainda que "[as queixas] são uma surpresa para mim" e que "não rebate inverdades".

Ele disse também que "não é meu hábito rebater essas situações" e que "como agentes fiscalizadores, eles [a oposição] têm direito de fazer isso". "A prefeita está construindo, está entregando. Se faz, batem; se não faz, batem também", complementa.

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