RETOMADA

Indústria vai retomar protagonismo no PIB, apostam representantes

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Douglas Willian
À frente, à esquerda e à direita, Erick Pereira e Leandro Soares, presidentes de entidades sindicais
À frente, à esquerda e à direita, Erick Pereira e Leandro Soares, presidentes de entidades sindicais

Presidente da Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (FEM-CUT/SP), Erick Pereira da Silva vê a retomada do protagonismo da indústria enquanto indutor do crescimento do País como o caminho ideal a ser trilhado pelo Brasil, medida também defendida pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, Leandro Soares.

Ambos cumpriram agenda em Bauru nesta quinta-feira (13) acompanhados de lideranças sindicais locais e do advogado Jorge Moura (PT), que representa a entidade de classe. A indústria já teve participação superior a 30% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e hoje despencou para cerca de 10%. Mas há possibilidade de retomada, afirmaram em entrevista ao JC.

Isso, porém, deve ser acompanhado de um fortalecimento da entidade sindical, dizem os presidentes. "A reforma sindical deveria ter sido feita. Mas tivemos a [reforma] trabalhista, que manteve todos os problemas relacionados à estrutura dos sindicatos e, por outro lado, retirou o financiamento", lamenta Erick.

As entidades que hoje seguem sólidas, a exemplo da de Sorocaba, continuam fortes porque seguem desde sempre as diretrizes da CUT. "O restante, em geral, são menores, em cidades menores", complementa.

Segundo ele, a desestruturação das representações de classe foi também causada pelo enfraquecimento da indústria. Daí a necessidade, segundo Leandro Soares, de que os municípios implementem políticas de Estado voltadas a esse segmento.

"Não há país desenvolvido no mundo que não tenha investido em indústria. Estados Unidos, China e Japão são exemplos. O Estado financia o segmento", pontua. Isso ocorreu, segundo ele, nos primeiros dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Em Sorocaba, para você ter ideia, tinha apenas 19 mil metalúrgicos em 2002. Dez anos depois eram 45 mil deles", comenta. "O Brasil passou a ser exportador de mão de obra para o mundo todo. Basta ver a Petrobras, com a tecnologia de perfuração de poços de petróleo em águas profundas", ressalta.

Isso mudou, dizem os presidentes, a partir do impeachment. "Foi quando começou o enfraquecimento industrial. Políticas públicas foram desestruturadas, o investimento em ciência e tecnologia despencou, a indústria não conseguiu mais crédito", afirma. "E o que gera emprego e renda qualificados é justamente a política industrial".

Para os líderes sindicais, Bauru não escapou dessa lógica de enfraquecimento do segmento. "É só ver as indústrias que saíram da cidade nos últimos anos. E de quebra não entrou nenhuma nova", comenta Leandro.

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