EM BAURU

Governo Lula é inchado e ineficiente, diz senador Marcos Pontes

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Guilherme Matos
Pontes critica inquéritos conduzidos por Alexandre de Moraes
Pontes critica inquéritos conduzidos por Alexandre de Moraes

Nascido em Bauru, para onde voltou nesta semana para participar da mais nova edição do Arraiá Aéreo, o senador Marcos Pontes (PL) não vê com bons olhos a condução do País por parte do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "É [uma gestão] inchada e ineficiente", define.

O senador conversou com o JC nesta sexta-feira (7) e diz que os dados positivos da economia, como o aumento recente do PIB, não devem se sustentar. "Os gastos públicos estão elevados e o arcabouço fiscal é continuamente atacado pelo Executivo", critica.

Ele critica, por exemplo, a tentativa do governo de se acabar com o programa que desonerou a folha de pagamento de 17 setores da economia. A iniciativa foi criada em 2013, no governo Dilma Rousseff (PT), com o objetivo de fomentar a oferta de emprego.

"Aprovamos no Congresso [a desoneração] e o presidente Lula vetou. O texto voltou para nós e derrubamos o veto. Se você retira a desoneração as empresas vão promover demissões, o que aumenta o gasto público, já que mais gente busca seguro-desemprego, por exemplo. Se você tem mais gente empregada e produzindo, tem mais nota fiscal e o governo arrecada mais", diz.

Não bastasse a derrubada do veto, diz o senador, o governo ainda foi ao Supremo Tribunal Federal para anular a medida. "O STF deu uma liminar equivocadamente na minha opinião. Conheço o ministro [Cristiano] Zanin [responsável pela liminar], mas acho que foi errônea", pondera.

O impasse terminou num acordo do Ministério da Fazenda com o Congresso e a reoneração da folha será implementada de forma gradual. "Mas isso ainda é ruim. Ruim para as empresas, ruim para o País. Até porque o governo vai arrecadar menos [com eventuais demissões]", acrescenta.

Para Pontes, no entanto, o embate é sempre bom para o Brasil. "Quando o governo faz uma coisa errada, a gente, que está ali no Senado, protege a população", argumenta. Ele lamenta, no entanto, a recente aprovação da volta do seguro obrigatório, o chamado DPVat.

"É um peso no bolso do contribuinte que não precisava. Ali dentro do Senado, como meu perfil é mais técnico, costumo conversar com todos os senadores. O DPVat foi aprovado com 41 votos, um a mais do que o necessário, infelizmente", afirmou.

O senador também afirma ver sensatez na postura do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD), a quem classifica como ponderado. "Gostaria que ele fizesse algumas coisas de maneira diferente e já falei com ele sobre isso", excetua.

Pontes defende, por exemplo, que pedidos de impeachment contra ministros do Supremo sejam ao menos pautados. "Há mais de 40 [pedidos] ali e seria bom que discutíssemos eles", afirma.

Ele critica também os inquéritos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e diz que as ações contra manifestantes do dia 8 de janeiro de 2023, quando da invasão dos prédios dos Três Poderes, têm problemas. "Não houve individualização [da pena], entre outras coisas", argumenta.

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