
Um estudo realizado pela Sociedade Internacional de Medicina Sexual e publicado no jornal espanhol "El País" concluiu que 35% dos casais têm, em média, entre uma e três relações por mês. Em casos extremos, cerca de 5% das pessoas com parceiro não ultrapassavam um ou dois encontros sexuais por ano. Mas, o que acontece quando, por qualquer motivo, o casal deixa de se associar ao sexo? É possível continuar? É possível que tudo flua satisfatoriamente, quando o sexo sai da equação?
"As relações de casal em que não há atividade sexual são mais comuns do que muitas pessoas pensam. Principalmente se entendermos por atividade sexual a penetração associada ao orgasmo", afirma Laura Morán, psicóloga, sexóloga e terapeuta familiar e de casal e autora do livro "Perfeitamente Imperfeitos".
"Para muitas pessoas, as relações sexuais podem ser consideradas importantes, mas não são urgentes. Se precisarmos riscar algo da lista, geralmente subtraímos horas de sono e de prazer. Devido ao nosso ritmo de vida frenético, renunciamos a coisas que são relevantes, mas não vitais", conclui.
Segundo a sexóloga, ter ou não vontade de ter relações sexuais geralmente é consequência da combinação de vários elementos individuais e do próprio relacionamento.
"Um dos grandes problemas pode ser o estresse, que, em geral, dificulta nossa capacidade de experimentar prazer. Quando você está alerta, fica preparado para sobreviver, não para desfrutar. Além disso, as relações sexuais são as primeiras prejudicadas quando há desentendimentos, conflitos ou atritos não resolvidos no relacionamento. Muitas vezes, embora o problema apareça na cama, ele se originou fora dela", explica.
Ter filhos, com as mudanças de dinâmica que isso implica na vida de um casal, e sofrer algum problema físico ou de saúde mental são outros fatores que podem arruinar o regime sexual de um relacionamento.
"Não há uma única regra que determine quanto sexo é normal em um casal. A frequência depende muito de cada relacionamento e das diferentes fases da vida. Além disso, é preciso assinalar que a falta de atividade sexual nem sempre significa que há um problema no relacionamento do casal", defende a psicóloga e sexóloga Silvia Sanz, autora do livro "Sexamor".
POIS: SÍNDROME ATINGE HOMENS
Entenda o que é a condição que provoca alergia ao próprio orgasmo - há 7 tipos diferentes de sintomas.
Especialistas do hospital Centre des Quatre Villes, nos arredores de Paris, capita da França, afirmam que os homens podem ser alérgicos ao próprio orgasmo. Segundo o estudo, isso ocorre devido a rara síndrome da doença pós-orgástica (POIS) e que ela pode se manifestar com sete tipos diferentes de sintomas. Alguns homens sentem dores de cabeça, ardor nos olhos ou coriza que duram segundos, minutos ou até horas após a ejaculação. Outros, descobriram os médicos, sentem dor de garganta, febre, fraqueza muscular e fadiga. Os sintomas podem ser desencadeados por relações sexuais, masturbação ou mesmo após ejaculação noturna espontânea.
Sintomas mais extremos de POIS incluem ainda palpitações ou fala incoerente. Embora tenha sido relatado pela primeira vez em 2002, os especialistas examinaram apenas 60 casos nas duas décadas seguintes. Os médicos acreditam, entretanto, que a doença possa afetar milhares de homens ao redor do mundo, mas que não são contabilizados, já que muitos afetados não procuram atendimento médico. Os cientistas acreditam que a alergia é resultado de uma resposta alérgica ou auto-imune ao esperma do próprio paciente. Outra hipótese é que o POIS possa ser desencadeado por um desequilíbrio químico no cérebro.
Os médicos ainda não identificaram uma cura para o POIS. Os tratamentos incluem anti-histamínicos, alfa-bloqueadores, usados para tratar a hipertensão, e medicamentos anti-inflamatórios. Outras terapias comportamentais e técnicas de atenção plena também se mostraram "benéficas" para os pacientes e deveriam ser oferecidas, acrescentaram os especialistas.
ATIVIDADE NA CAMA
De acordo com dados estatísticos dos Estados Unidos divulgados na revista "Psychology Today", entre 14% e 15% dos casais fazem sexo com pouca frequência. No entanto, a mídia, os filmes e a publicidade nos vendem uma imagem muito diferente de tudo isso. "Sentimos uma pressão social em relação ao que se espera de um casal e a frequência da atividade sexual, o que nos gera ainda ansiedade e estresse", detalha Sanz. Para Morán, a atividade sexual vai além de nossos genitais e que carícias, beijos, abraços e o contato físico íntimo em um casal também deveriam contar como atividade sexual. Mas eles não são substitutos da experiência orgástica do sexo.