EDUCAÇÃO

Emeii Sebastião Paiva é inaugurada em Bauru

A nova unidade escolar fica no quarteirão 3 da rua João Poletti

01/05/2024 | Tempo de leitura: 4 min

Thayna Polin/Prefeitura de Bauru

Inauguração foi nesta terça (30)
Inauguração foi nesta terça (30)

A Prefeitura de Bauru inaugurou nesta terça-feira (30) a Emeii Sebastião Paiva, na Vila Universitária. Participaram da cerimônia a prefeita Suéllen Rosim (PSD), o secretário de Educação, Nilson Ghirardello, secretários, vereadores, professores e servidores. A nova unidade escolar fica no quarteirão 3 da rua João Poletti, e vai atender a demanda de moradores e também de pais e alunos que trabalham durante o dia em empresas da região. As atividades vão começar nesta quinta-feira (2), e serão disponibilizadas inicialmente 100 vagas. A inauguração da Emeii Sebastião Paiva vem contribuir com o atendimento educacional de qualidade a comunidade bauruense. O prédio possui salas de aulas amplas, casa berçário, sanitários, cozinha, diretoria, secretaria, sala de professores, sala de multimeios, casa da boneca, almoxarifados, pátio para recreação, quadra e um amplo playground. A prefeita Suéllen Rosim falou sobre a ampliação de vagas para a educação infantil. "Aumentar as vagas para a educação infantil é uma prioridade, já inauguramos outras escolas, e agora estamos também entregando mais uma unidade onde os alunos terão uma educação de qualidade, em um espaço que foi preparado para as crianças", lembrou.

PATRONO

Sebastião Paiva nasceu no dia 8 de abril de 1909, em Viradouro, e teve uma infância marcada por sofrimento e privações. Com cinco irmãos, perdeu o pai, Andaelcio Paiva, aos seis anos idade. A mãe, Rita Paiva, lavava roupas para tentar o sustento da família. Com renda insuficiente para todos, a fome e o frio castigavam. Sem qualquer tipo de assistência filantrópica, Paiva, ainda criança, fez uma promessa para Deus: quando crescesse, dedicaria sua vida a ajudar o próximo. E assim o fez, tornando-se um dos maiores ícones do voluntariado beneficente em Bauru.

Aos 12 anos, conseguiu emprego na Companhia Paulista de Estradas de Ferro, onde trabalhou até se aposentar. Decidiu buscar respostas na Hipnose, aos 20 anos de idade, com o intuito de curar o alcoolismo. Em 1928, tornou-se espírita praticante após ler a obra ‘Do Calvário ao Infinito’, de Victor Hugo, psicografada por Zilda Gama. Sete anos depois, na cidade de Dois Córregos, fundou um pequeno abrigo que fornecia pernoites e alimentação a pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Em 1942, mudou-se para Bauru, onde, em 1946, fundou a ‘Sociedade Beneficente Cristã’ – entidade da qual era o presidente e que atendia e abrigava pessoas em situação de pobreza. Em 1948, a partir da compra de 20 lotes de terra na Vila Camargo, conseguiu, inicialmente, construir uma cozinha, um refeitório, um escritório e dez cômodos para abrigo, passando a assistir também a comunidade que residia na região e enfrentava dificuldades econômicas.

Preocupado com os cuidados em saúde dos assistidos e sem a existência do Pronto-Socorro, conseguiu a colaboração de dois médicos. Em 1953, nasceu a ‘Casa da Criança’, em uma estrutura de 2.352 metros quadrados, para atender meninos e meninas em situação de risco, violência e vulnerabilidade. Um ano depois, Paiva, à frente dos projetos sociais, viabilizou também a construção de uma casa, com 1.744 metros quadrados, para berçário e escola primária. Sempre comprometido em expandir as atividades beneficentes, em 1960, fundou o Departamento Agrícola de Menores (D.A.M.), que funcionava em uma área de 100 alqueires de terra, afastado da área urbana, para acolher os filhos dos abrigados.

No local, foram inaugurados uma escola, piscina, área esportiva, pomar e horta. A partir dos problemas de saúde mental enfrentados por sua mãe, decidiu criar um abrigo voltado a esse tipo de atendimento, para pacientes de ambos os sexos. A unidade passou a funcionar em 1965. No ano seguinte, na Fazenda Val de Palmas, construiu o 1º Hospital para homens, também com foco na saúde mental. Em 1970, conseguiu adquirir duas casas adaptadas para atender pessoas com tuberculose. Dois anos depois, inaugurou um hospital feminino. E, em 1974, um Hospital Psiquiátrico, com 6.814 metros quadrados construídos, que encerrou suas atividades 40 anos depois.

Com orgulho da trajetória construída, Paiva contava que, durante as atividades assistenciais, formaram-se cinco professores e realizaram 25 casamentos de jovens cuidados e educados pelas instituições que fundou. Em 2005, a entidade conduzida por Sebastião Paiva recebeu, a título de doação do juiz Ubirajara Maitinguer, quatro salas de lazer: uma para cinema, uma para música, uma para computadores, uma para trabalhos manuais, além de duas piscinas-móvel para crianças. Ao longo de 60 anos dedicados a atividades assistenciais, Paiva construiu 150 casas ocupadas por famílias em situação de vulnerabilidade social, até que no dia 15 de dezembro de 2006, criou a Fundação Espírita ‘Sebastião Paiva’. Morreu aos 104 anos de idade, no dia 26 de abril de 2013, acometido por uma pneumonia, e deixou legado que tem como principal marca a transformação de vidas, por meio de serviços de saúde, assistência e educação.

Além dos atendimentos prestados pela entidade que fundou, Sebastião Paiva também permanece vivo na memória bauruense, emprestando o nome a Medalha conferida pela Câmara Municipal que homenageia pessoas com 90 anos ou mais e que residam há pelo menos três décadas em Bauru.

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