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PETS
Proteger a saúde do seu animal é um ato de amor
Os peludos podem ser portadores de doenças que também afetam os seres humanos: as zoonoses
Por Henry Berger | 07/04/2024 | Tempo de leitura: 4 min
Os animais de estimação são parte integrante de nossas vidas, nos trazem alegria, companhia e amor incondicional. No entanto, é importante reconhecer que nossos amigos peludos podem ser portadores de doenças que também afetam os seres humanos - as zoonoses.
Causadas por bactérias, vírus, parasitas, fungos e outros microrganismos, as zoonoses podem ser transmitidas dos animais para os seres humanos e vice-versa, de forma direta através do contato com secreções, mordeduras ou arranhaduras, e indireta, por meio de vetores como insetos e ectoparasitas. Um exemplo comum e grave de zoonose é a raiva, uma doença viral transmitida através da mordida de um animal infectado, como cães, gatos ou morcegos.
ZOONOSES QUE EXIGEM ATENÇÃO
Toxoplasmose: causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, a doença é adquirida principalmente pela ingestão de água, frutas, verduras e carnes cruas ou mal passadas contaminadas. O parasita também pode estar presente nas fezes de gatos infectados e, por isso, medidas preventivas devem ser tomadas e o contato direto com as fezes, evitado. A doença pode causar sintomas leves em humanos, mas representa um risco maior para mulheres grávidas e pessoas com sistema imunológico comprometido.
Leishmaniose: causada por protozoários do gênero Leishmania e transmitida pela picada do mosquito-palha. Pode afetar tanto cães quanto humanos, causando sintomas como feridas na pele, febre e danos em órgãos internos.
Toxocaríase: causada pela ingestão acidental de ovos do parasita Toxocara canis na água, alimento ou solo contaminados, ou por meio do consumo de vísceras e carnes mal cozidas contendo larvas infecciosas, levando à sintomatologia visceral, ocular e até mesmo neurológica.
Ancilostomíase: também conhecida como "amarelão", é uma infecção intestinal causada por vermes parasitas do gênero Ancylostoma, o nematódeo mais frequente em cães no Brasil. Pode ser transmitida aos humanos através do contato com fezes contaminadas.
Bordetelose: a bactéria Bordetella bronchiseptica, agente causadora da chamada tosse dos canis, é uma infecção bacteriana altamente contagiosa que afeta o sistema respiratório dos cães. A forma de transmissão em seres humanos pode acontecer pelo contato direto da boca e/ou focinho durante a socialização e também por contato com secreções contaminadas que são expelidas durante a tosse e o espirro, causando sintomas similares aos da gripe. Essa zoonose tem um baixo risco de contaminação, geralmente afetando imunossuprimidos e idosos com comorbidades.
Leptospirose: a leptospirose é uma doença causada pela bactéria do gênero Leptospira spp, que pode ser transmitida aos seres humanos através da urina de animais infectados. O controle de pulgas e carrapatos também é importante na prevenção dessa doença, pois esses parasitas podem servir como hospedeiros intermediários.
Esporotricose: micose causada por fungos do gênero Sporothrix, presente no solo, vegetais em decomposição, espinhos e madeira, podendo ser transmitida diretamente pelo contato com o meio contaminado ou por arranhaduras, mordeduras e contato com lesões.
ALÉM DAS ZOONOSES
Expandindo um pouco o tema saúde humana e animal, vale abrir um parênteses para um alerta sobre nossos hábitos no dia a dia que não necessariamente envolvem zoonoses, mas que afetam a saúde dos pets também, como o tabagismo, por exemplo.
A exposição à fumaça de tabaco compromete muito a saúde dos animais e nem todas as pessoas os veem como potenciais fumantes passivos, não adotando os mesmos cuidados que tomam com adultos, crianças e idosos.
Tratamentos estéticos ou cuidados pessoais também podem se tornar riscos para nossos amigos como temos visto recentemente. O minoxidil (utilizado comumente para crescimento de pelos e cabelos) é altamente tóxico para cães e gatos, podendo até mesmo ser fatal.
A intoxicação acontece por meio de ingestão acidental de comprimidos ou por lambeduras das regiões em que o produto foi aplicado. Da mesma forma, repelentes e outros cremes ou medicamentos de uso tópico, também podem ser tóxicos para o organismo dos nossos amigos que, numa demonstração de carinho ou por se sentirem atraídos pelo odor do produto, lambem a pele do tutor.
PROTEÇÃO
Vacinação: manter nossos animais de estimação atualizados com as vacinas recomendadas pode ajudar a prevenir doenças como a raiva, a leptospirose e a bordetelose.
Higiene: lavar as mãos após manusear animais, especialmente após limpar fezes ou urina, pode reduzir o risco de infecções; o mesmo para a higiene de instalações e locais onde vivem os animais.
Controle de parasitas: tratar nossos animais de estimação regularmente contra pulgas, carrapatos, vermes e outros parasitas ajuda a evitar a propagação de doenças. O controle integrado e periódico de pulgas e carrapatos é especialmente importante, pois esses parasitas podem transmitir uma série de zoonoses, incluindo a febre maculosa e a dipilidiose.
Cuidado com alimentação: oferecer uma dieta balanceada e segura para nossos animais de estimação ajuda a mantê-los saudáveis e reduz o risco de infecções alimentares.
Visitas veterinárias regulares e preventivas: agendar consultas veterinárias anuais permite a detecção precoce de doenças e a administração de tratamentos adequados.
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