Em tempos de ex-atletas levando mais que cartões vermelhos da sociedade, sendo justamente punidos por estupros e curras, vem a calhar e a avacalhar com assédios, tentativas e crimes contra as mulheres a série da Netflix: "Bom dia, Verônica!".

Reflexiva, impactante e pesadíssima, a jornada de Tainá Müller no papel de Verônica nos faz pensar e repensar em que sociedade vivemos! A série, concomitantemente, deixou-me pensativo, triste, mas, antiteticamente, orgulhoso por ter em seu elenco mais uma cria do Mestre Paulo Alves Neves!

Adriano Garib, natural de Gália, que interpreta com êxito a personagem Prata, passou pelos crivos e raros tatos do Mestre de História, Filosofia e Teatro, o filho de Dona Celina Lourdes Alves Neves, que nomeia o Teatro Municipal bauruense. O torcedor do Noroeste e do Tricolor Paulista criou também Edson Celulari, Arieta Corrêa e tantos outros e outras!

No entanto, o que me chama a tensão e a atenção é o descaso com o Teatro Municipal e suas raríssimas peças feitas por bauruenses, sua capacidade, sua estrutura, parece a ironia com que satirizavam os teatros nos idos oitentas, a campanha era "Vá ao Teatro" e logo emendaram: "Vá ao Teatro, mas não me chame!". Dona Celina merece pela bauruense que foi mais respeito e idolatria!

O mesmo descaso é feito com o Mestre Paulo Neves, o pai de Thiago e Thalita merece mais respeito pelo que fez pela Sem Limites, principalmente pelas oportunidades que teve de deixar a terra em que Pelé jogou, mas sempre considerou ficar à espera de uma nova peça, não a que o destino, autoridades e bauruenses lhe pregaram!

Andando de bicicleta por Bauru, aliás, adoro, apesar dos antagonistas que desfilam pelas artérias fingindo ser motoristas, sendo os vilões de muitas histórias, vejo nomes de ruas que não conheço e penso o que fizeram para nomearem vias, ruelas, becos ou avenidas!

Você concorda que poderíamos mudar a Avenida Nações Unidas para Avenida Rei Pelé, eu aprovo e faço campanha, lembremos que a Nuno de Assis já foi Avenida Brasil, sim, se há um Leão no gramado da Nações, por que não uma estátua de Pelé, esqueçamos as mágoas e exaltemos o Atleta do Século!

E requeiro uma rua com o nome de Paulo Neves, pode ser humilde, silenciosa, histórica como o Mestre, mas desde que sempre haja uma atuação, de alguém que suba ao palco com alma cheirando ou não a talco, mas que não deixe que se cerrem as cortinas eternamente!