Considerados objetos de desejo, apartamentos de alto padrão, amplos e localizados em áreas nobres de Bauru, já estão sendo vendidos a R$ 10 mil o metro quadrado. A marca é tida como importante para o mercado imobiliário e resultante da recomposição de preços das habitações no último ano.
Esta e outras análises foram apresentadas durante o Encontro do Mercado Imobiliário realizado, realizado na última terça-feira (19) pela regional Bauru do Sindicato da Habitação (Secovi-SP).
Na ocasião, foram apresentados dados da Pesquisa Secovi-SP do Mercado Imobiliário Residencial da cidade e palestra de Flavio Amary, presidente da Fiabci-Brasil e ex-secretário de Habitação do Estado de São Paulo.
Segundo o diretor de Habitação Econômica da regional bauruense, Bruno Pegorin, o preço do metro quadrado a R$ 10 mil é uma realidade específica de parte do mercado tradicional, bem como o de luxo e alto luxo. Pesam na valorização destes apartamentos a localização, bem como estrutura de lazer e segurança, entre outros itens.
"São apartamentos com tamanho maior, chegando a 160, 200, 400 metros quadrados. É um movimento visto em todo o Interior do Estado e que tem a ver um pouco com a pandemia de Covid-19, quando muita gente ficou trancada. São famílias que até sonharam em ir para uma casa de luxo ou alto luxo nestes últimos anos, mas estão demandando, agora, por apartamentos de áreas maiores, com todo aparato que cabe nestes empreendimentos", explica.
VENDAS EM ALTA
Para se ter ideia, no acumulado de 2023, foram comercializadas 1.883 unidades em Bauru a um total de R$ 634,5 milhões, sendo que, deste Valor Global de Vendas (VGV), 22% corresponderam a imóveis com preços acima de R$ 900 mil. A Pesquisa Secovi-SP também revelou que os empreendimentos residenciais verticais lançados em 2023 totalizaram 1.396 apartamentos, volume 11,6% abaixo do registrado em 2022.
Porém, o Valor Global Lançado (VGL) atingiu R$ 572,3 milhões, 37,2% acima do contabilizado no ano anterior.
"As vendas superam o volume de unidades lançadas devido ao consumo de aproximadamente 500 unidades de anos anteriores, que estavam em estoque nas construtoras. Agora, o estoque é diminuto", frisa Pegorin, acrescentando que o resultado também reflete o reajuste dos preços que vinham sendo praticados.
"Nos últimos anos, a margem (de lucro) e até a viabilidade econômica dificultaram os negócios, principalmente os empreendimentos de padrão econômico, porque, se a construtora não consegue encaixar o produto dentro das regras do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), ele deixa de ser ofertado", pontua.
ECONÔMICOS
Porém, com as novas regras do programa estabelecidas em meados de 2023, como a redução da taxa de juros, aumento do limite de preços dos imóveis a R$ 350 mil e da renda mensal das famílias a R$ 8 mil, o cenário desfavorável começou a ser contornado. "Esta revisão acelerou demais a venda destes produtos, mesmo com a recomposição de preços", completa.
O levantamento do Secovi-SP mostra que, no ano passado, o segmento de imóveis econômicos, enquadrados nos parâmetros do MCMV, representou 68% dos apartamentos lançados e 60% do VGL do ano. Destes, os destaques foram os que possuem dois dormitórios, com área útil de 45 a 65 metros quadrados e preços entre R$ 230 mil e R$ 350 mil.
Os imóveis econômicos também lideraram as vendas, com participação de 81% no total de unidades comercializadas no ano passado. Os apartamentos mais demandados foram os de dois dormitórios, com preços inferiores a R$ 230 mil e área útil de até 45 metros quadrados.
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